Nota: 9,5/10 (Excelente!) |
Com tantos prêmios como tem, fica difícil para um textinho sem vergonha escrito por mim significar algo a mais para incentivar alguém a ler a obra de Jeff Smith, Bone.
Sim, a arte é deslumbrante, o texto inteligente e com um humor muito equilibrado e bem conduzido (e construído) ao ponto que a trama progride muito bem de temas hilários e estúpidos (como uma corrida de vacas) para questões mais sérias (como o abandono infantil, exílio e guerra) de maneira bem estruturada e sem parecer em momento algum como forçado, não merecido ou algo que em algum momento do futuro será mais explorado e desenvolvido.
Sim, é um gigantesco quebra-cabeças que vai se encaixando nos volumes seguintes, e, talvez nem tudo funcione brilhantemente (mais sobre isso no segundo livro da coleção), mas francamente esse volume funciona muito bem sem a necessidade de compreender muito do grandiloquente escopo da série, principalmente pela versão da Todavia compilar 3 dos encadernados americanos em um volume só, e isso é impressionante por vários motivos, além, é claro de ser a versão colorida que dá um extra à já brilhante arte de Jeff Smith.
E sim, os personagens são muito bem construídos e interessantes, e duvido que sejam necessárias mais que vinte páginas para prender a atenção de qualquer um por completo.
Pra mim o único problema (ao menos nesse primeiro volume) reside nas limitações de Jeff Smith mesmo e coisas que o próprio livro explica num posfácio (explicando as dificuldades na autopublicação e tudo mais), mas que ainda assim diminuem um pouco da qualidade geral.
Quer dizer, Smith consegue criar personagens com um estilo caricato que são muito interessantes e muito bonitos (cada um dos Bone tem sua personalidade definida pelas expressões faciais bem nítidas e representativas, assim como os muitos animais que incorporam a história) de mesma forma que cenários e paisagens são sempre muito bem construídos e interessantes. No entanto, quando se trata de personagens humanos ou com feições humanas, algumas das limitações ficam mais evidentes.
Vovó Ben por exemplo tem uma única expressão a todo momento (o que não é ruim, até mesmo pela personalidade da personagem) mas fica notório da existência de algumas limitações... Sendo a maior delas na personagem Espinho que é importantíssima na trama e justamente nisso as limitações de expressões e construção de personagens podem interferir. Espinho é uma jovem mas nem sempre a arte consegue mostrar de maneira clara se ela é uma jovem criança ou uma jovem adolescente (ou pré adolescente).
Não é algo que comprometa efetivamente (de novo, é um material espetacular que merece ser lido nem que só pela grande corrida das vacas), e, repito, eu entendo das limitações inerentes ao processo criativo (Jeff Smith autopublicando o material com a esposa ajudando na edição e produção do material até largar seu emprego tradicional e se dedicar integralmente à empreitada pra resumir bastante a história), mas ao menos um pouco me incomodou.
Quer dizer, Smith consegue criar personagens com um estilo caricato que são muito interessantes e muito bonitos (cada um dos Bone tem sua personalidade definida pelas expressões faciais bem nítidas e representativas, assim como os muitos animais que incorporam a história) de mesma forma que cenários e paisagens são sempre muito bem construídos e interessantes. No entanto, quando se trata de personagens humanos ou com feições humanas, algumas das limitações ficam mais evidentes.
Vovó Ben por exemplo tem uma única expressão a todo momento (o que não é ruim, até mesmo pela personalidade da personagem) mas fica notório da existência de algumas limitações... Sendo a maior delas na personagem Espinho que é importantíssima na trama e justamente nisso as limitações de expressões e construção de personagens podem interferir. Espinho é uma jovem mas nem sempre a arte consegue mostrar de maneira clara se ela é uma jovem criança ou uma jovem adolescente (ou pré adolescente).
Não é algo que comprometa efetivamente (de novo, é um material espetacular que merece ser lido nem que só pela grande corrida das vacas), e, repito, eu entendo das limitações inerentes ao processo criativo (Jeff Smith autopublicando o material com a esposa ajudando na edição e produção do material até largar seu emprego tradicional e se dedicar integralmente à empreitada pra resumir bastante a história), mas ao menos um pouco me incomodou.
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