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22 de agosto de 2019
{Resenhas de Quinta} O Monstro e o Capeitão
Em 2016 (sim, o timing não poderia ser mais perfeito) a editora do CEO que apoia o Caveira Laranja lançou a nova série do Capitão América, que, logo no primeiro capítulo revelou que o personagem que lutou contra nazistas sua vida inteira agora era um deles, com a fatídica página final em que o personagem diz 'Hail Hydra'.
Isso era parte de uma tentativa de dar algum novo gás para o personagem, que, desde 2014 vinha patinando continuamente em séries e mais séries de pouca ou nenhuma relevância, e a ideia do que depois viria a se tornar uma mini-série (altamente esquecível) chamada Império Secreto revelaria que era tudo um plano maligrino e que o verdadeiro Steve Rogers não tinha nada com nada do que estava acontecendo. Mas o estrago já estava feito.
Trouxeram Mark Waid tentando recriar o material épico que produziu e foi capaz de revitalizar o personagem na década de 90, mas o gosto amargo ainda continuava na boca dos fãs que ainda não estavam muito bem contentes com as cagadas da Marvel, que, verdade seja dita já vinham de bem antes do Hail Hydra.
Na verdade o personagem vinha, desde a época da Guerra Civil de 2008 se preparando para uma mais que merecida aposentadoria (o arco de 2008 inclusive termina com a morte do Capitão América para que o Soldado Invernal Buck ressurgisse sob o manto), e nos anos que se seguiram foram pelo menos mais duas tentativas de mudar drasticamente o status quo do personagem, fazendo com que envelhecesse repentinamente, passando a liderar a S.H.I.E.L.D. e passando o escudo adiante uma segunda vez para o Falcão...
Desde a fase de Ed Brubaker o personagem muito penosamente tinha alguma relevância ou arco solo de maior interesse... Caiu a Ta-Nehisi Coates, autor da muito bem sucedida fase do Pantera Negra, justamente questionando o valor da nação sob os pés, que surgiu a opção de rediscutir o símbolo e o personagem, sem apagar os volumes anteriores - pelo contrário, discutindo o significado desse Capitão Fascista e o que isso significa para o verdadeiro Capitão América, seus valores e princípios...
Pena que da história até agora existam tantas notas similares e pouco originais...
Uma nova e misteriosa ameaça surge, um vilão morre (ainda que tentem pintar o General Ross como menos que um vilão hoje em dia) com alguma suspeita de envolvimento do bandeiroso que o faz ser investigado... Se tornando foragido no processo enquanto precisa provar a própria inocência e a conspiração que está tentando destruí-lo.
Pode melhorar e render algo incrível se a série conseguir responder qual o ponto do símbolo do Capitão América no século XXI pós-Trump (ou os CEOs do conglomerado permitirem), mas até agora está bem fraquinho.
Nota: 4,0/10
Ao contrário do queridinho dos críticos no momento e vencedor de prêmios Eisner, o Imortal Hulk de Al Ewing, o Imortal Hulk.
Enquanto eu não posso recomendar o encadernado da Panini (proposto por R$21,90 e com os já muito previstos e esperados erros de português), é um material bastante interessante e curioso, que consegue logo de cara, logo da primeira edição com sua construção e estrutura, definir algo bem diferente de tudo que já foi feito com o personagem até o momento e embarcar em uma jornada pelo terror tal qual fez Alan Moore com seu Monstro do Pântano na década de 1980.
Mas é algo bem diferente. O monstro da Marvel flerta com um horror diferente daquele que Moore flertava na DC nos anos 1980, até porque o horror de Al Ewing não se importa em flertar tanto com o horror cósmico de Ctchullu quanto com o ridículo de um Evil Dead e criar a partir disso um cenário absurdo para explorar.
Como com o Capitão América, a hq busca bastante resgatar o material mais antigo para a partir daí expandir em algo novo, reimaginado com o horror como pano de fundo, mas, ao contrário do Capitão América de Coates, o maior revés do Hulk (que não morre no final) reside justamente na continuidade e inserção dos mega-eventos e sagas da Marvel.
A série começa brilhantemente com a ideia de um Hulk clandestino, perambulando pela América quase que em busca de redenção, e vai explorando a noção de jornalistas analisando o caso assim como outros personagens menores que tem forte conexão com a cronologia do gigante esmeralda. Tudo isso é ótimo e funciona muito bem.
Pra mim a série perde muito do gás quando surgem os Vingadores e toda uma enorme bomba gama de exposição se faz para justificar a existência desse novo Hulk saído de filmes de horror interagindo com os heróis mais poderosos da Marvel, e, pra mim não cola direito não, inclusive trazendo menções a péssimos eventos recentes da editora como a segunda guerra civil (que é um lixo), e mais uma série de fatos que quanto antes esquecidos e ignorados, melhor para a série voltar aos seus eixos.
Nota: 8,5/10
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