Eu tenho que admitir que esse livro não é exatamente o tipo de material que eu consigo olhar com bons olhos. É como um parasita, ou um daqueles insetos cheio de perninhas (tipo uma lacraia, sabe?) se aproximando pela seus pés enquanto você dorme e vai se contorcendo e subindo pela sua perna.
O que eu descrevi não parece algo particularmente interessante ou uma experiência que se recomende... Mas eu sem dúvidas preferiria ler em todos os detalhes como é a experiência do que vivê-la...
E acho que acaba sendo uma suma do que eu posso dizer de positivo dessa coletânea de histórias curtas de Kurt Vonnegut publicada em 1968 com o nome de uma das histórias - Welcome to the Monkey House que, em tradução livre seria algo como Bem Vindo ao Sanatório (e o paletó de força da capa ilustra bem essa ideia).
O problema é que os contos de futuros distópicos de uma sociedade controlada por drogas e limitada pelo mínimo denominador comum para que a mediocridade a norma, bem, tendem aqui e acolá a lugares bastante tenebrosos.
Como o conto em que a sociedade é controlada por drogas que diminuem a líbido e um Robin Hood sequestra e estupra mulheres para liberá-las sexualmente... Quer dizer, eu entendo as metáforas e as analogias plenamente mas será que eu consigo concordar com o texto e a forma como é construído? Acho que não...
Até porque outros contos mais simples (como o soldado que volta para casa e encontra a namorada de infância e a faz abandonar tudo para se casar com ele) não compõem exatamente uma imagem mais interessante, e de mais a mais parece um problema geral do material mais curto de Vonnegut.
Outro livro de contos do autor que li não é exatamente memorável também (Armagedom em Retrospecto, lançado em 2009 pela LPM), e acaba faltando o tempo para o desenvolvimento das ideias mais loucas que só Kurt Vonnegut consegue construir e desenvolver.
Uma pena.
Nota: 5,5/10
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