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16 de setembro de 2018

{Resenhas} Vândalo Americano - Duas Temporadas

{Editado} Esse post estava programado para sábado, dia 15, na seqüência do lançamento da segunda temporada, porém, devido a uma indisponibilidade de eletricidade eu não pude concluir a resenha a tempo. {Fim da edição}

Vândalo Americano da Netflix é um show que facilmente passará por baixo do radar de muita gente.
Foi lançado junto da nova temporada do brilhante (e menina dos olhos tanto da própria Netflix como de vários críticos) Bojack Horseman e a primeira temporada (ainda que brilhante) não chegou a chamar muita atenção, e, é verdade, com a descrição do tema é bem fácil desacreditar o projeto como algo tolo...

A primeira temporada é sobre a pichação de 27 carros com pintos (e esse é um ponto importante para a condução narrativa) enquanto a segunda é sobre um criminoso chamado 'Merdolino' (Turd burglar no original, que seria mais para 'Ladrão de Cocô') causando crimes relacionados a fezes (sério), e é bem fácil ignorar o material.

Mas, conselho, não faça isso.
Abra mão de outras coisas, tente encaixar em sua agenda mas não abra mão de Vândalo Americano.
É um seriado bem curto, mesmo nas duas temporadas, com apenas oito episódios por temporada com pouco mais de 30 minutos por episódio, e, é fácil sorver todo o conteúdo do documentário falso em um ou dois dias.
A narrativa é bem inteligente, e construída de maneira impecável para capturar tanto as ideias de documentários sobre crimes (principalmente aqueles que tensionam mostrar nova luz para casos fechados) sob uma ótica colegial (inclusive de um projeto FEITO por colegiais) e isso se mostra claramente na linguagem e estrutura.

E mais que isso, o seriado consegue tecer comentários bastante inteligentes sobre nossa sociedade e a geração altamente conectada constantemente e atrelada aos likes e ademais de nossa percepção do mundo através de filtros sociais, que incluem nossa própria identidade.
Não pretendo estragar nenhuma surpresa das duas temporadas, além de que a segunda é muito melhor (e o final traz um monólogo devastador sobre essa geração).

A primeira é mais fraquinha, de fato... Bem mais 'amador' e com uma toada bem mais adolescente, mas consegue eficientemente expor uma série de clichês e idiotices de documentários sérios que investigam crimes (justamente por esse amadorismo da trupe responsável pelo projeto), como focar em detalhes idiotas, conferir linhas do tempo que parecem importantes (mas postas em prática confirmam que o suspeito poderia de fato cometer o crime) enquanto conferindo gráficos e imagens para quase todo tipo de coisa imaginável para parecer mais profissional e embasado.
Ficou com um final em aberto (ainda que apontando bastante o dedo para uma pessoa) mas isso não é particularmente ruim. Não era o propósito do documentário encontrar o culpado mas mostrar que o suspeito não tinha feito...

A segunda tem um problema maior com a escatologia do tema (sim, começa com um evento que causou diarreia em uma escola inteira mas tem mais eventos que envolvem merda também) mas existe também bem mais inteligência em lidar com o senso de pertencimento e integração na sociedade.
Na verdade o maior 'problema' é o próximo passo, pois sinceramente não vejo como repetir o material sem cair no Scooby Doo e sua trupe varrendo o país solucionando crimes...

Brilhante!
Notas:
Temporada 1 - 8,0/10
Temporada 2 - 9,5/10

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