Nota: 9,0/10 |
Warren Ellis está para Constantine como manteiga para pão. Ambos podem funcionar muito bem sozinhos e até muito bem com outros complementos o que é algo incontestável, mas juntos são uma combinação campeã.
Ellis consegue com enorme naturalidade se inserir no contexto londrino da magia que com menos de 25 páginas ele já mostra muito bem a que veio.
Assombrado (o nome do arco, e não 'A Mulher Escarlate' que é o nome que a Panini dá ao volume) é uma das melhores histórias de Constantine, e, na minha opinião consegue isso permeando mais pelo reino do charlatanismo abusando a magia do que com baboseiras místicas que permearam anos e anos das histórias do Jamie Delano (com linhas de Ley, máquinas se alimentado medo e a url do paraíso - não quero nem fingir que eu consigo explicar essa última).
Apresenta-se uma Londres suja e a arte se esforça pra transparecer isso, da mesma maneira que o roteiro trabalha com isso em cada descrição detalhada de algo pútrido e perverso, enquanto Constantine permeia com naturalidade desse mundo para os salões de baile de Clarice Sackville... Esse mundo noir místico que coloca o protagonista como seu detetive, permeando cada círculo social, cobrando cada favor atrás de uma pista a mais para construir o cenário e levar à conclusão.
Se cabe alguma ressalva efetivamente é o quanto da história realmente foi publicado, afinal, Ellis tinha planos maiores para sua narrativa que as meras 10 edições publicadas - tanto que após o arco Assombrado todas as edições seguintes trazem histórias, e esse encerramento abrupto se deu justamente com a controversa edição 141 que seria publicada em 1999, pouco tempo depois dos crimes de Columbine (também em 1999), e cuja edição seria justamente sobre massacres em escolas promovidos por adolescentes... E a não publicação resultou na saída do autor.
O que é uma pena.
O material é muito bom, vale muito a pena ler, mas fica um sentimento que o material acaba incompleto.
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