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| Nota: 9,3/10 |
Um livro sobre uma investigação policial em que nenhum dos suspeitos é confiável (sendo que todos assumem a autoria do crime sem maiores voleios), cheio de personagens peculiares que inclui também um fantasma que deseja abandonar o plano terrestre e somado a isso a sensibilidade de trazer histórias com um prisma bastante humano - apesar de uma elevada barbárie relatada - sim, isso é Mia Couto.
Tratando com uma enorme singeleza da situação dos idosos abandonados à sua própria sorte, e, como isso reflete de certa forma nosso abandono a nossa própria história e tradições, A Varanda do Frangipani traz uma história rica, emocionante e cativante que é difícil de largar antes da última página.
Se tem mais alguma coisa para falar além de que fiquei embasbacado e hipnotizado pelo livro, lendo por horas a fio até chegar ao seu final e ainda tenho uma série de dúvidas sobre como diabos a coisa toda terminou e, bem, o que diabos aconteceu efetivamente?
Sério, eu não sei até que ponto o final é mais literal ou abstrato e o que de fato deve ser obtido dele. Se era apenas uma analogia ou observação espirituosa ou se de fato um fantasma surge do além e salva o dia... Sei que isso até acrescenta algumas camadas e texturas a coisa toda, mas me pareceu um pouco corrido para ficar num meio termo entre um conto comprido e um livro muito curto, e acaba acrescentando algumas coisas aqui e acolá para engrossar o caldo, mas continua com o final do conto comprido (que é aberto e obtuso).
Fora isso o restante do livro é brilhante e vale muito a pena.
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