Um livro escrito por Phillip K Dick sobre um policial infiltrado em uma operação de narcóticos que precisa investigar um suspeito - que é o personagem criado por ele para se infiltrar na investigação de drogas - e que se complementa pela existência de uma droga nova no mercado que induz não apenas um elevado grau de paranoia como também - e isso é o mais importante - uma dissociação de personalidade (ao que com toda a lógica detetive e suspeito sejam duas identidades distintas digladiando-se pelo controle da identidade dominante).
Parece brilhante, certo?
Bem... Eu tenho que dar o braço a torcer e admitir que o enredo é genial e é um material que não se restringe, buscando caminhos alternativos e formas diferentes de criar e compôr situações e cenários. É algo bem experimental, cheio de parágrafos que não se encaixam, de situações assustadoras para expôr uma situação particular de uma bad trip de um dos personagens ou algo do tipo mas o problema mesmo reside nos personagens.
Se existe algo mais chato que papo de testemunha de Jeová e operador de telemarketing isso é papo de drogado.
Nada faz muito sentido e a história acaba muitas vezes entrando no caminho do papo de drogado e isso só torna toda a leitura enfadonha e travada. Não anda, não avança e tudo simplesmente empaca para que dois personagens discutam como fazer cocaína a partir de produtos vendidos em qualquer loja de conveniência...
Então todo o material que tinha um enorme potencial e parecia realmente promissor e interessante se perde em uma corrida de obstáculos de um roteiro que não sabe exatamente onde ou como construir sua trama principal e como conduzi-la.
O que é uma pena.
Nota: 5,5/10
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