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18 de março de 2018

{Editorial} Quando o caro é caro demais?

Essa semana eu resenhei o primeiro volume de 'Visão' escrito por Tom King e publicado pela Panini e comentei que o preço de capa de R$40,00 por 140 é um pouco caro (e não é uma opinião somente minha com as várias 1 estrela no site da Amazon para confirmar isso).

Nessa semana também, o site Comixology lançou uma enorme promoção da Marvel com várias coleções e títulos a US$0,99 (o que dá pouco menos de R$3,50) e qual título estava lá? A série completa com as DOZE edições!
Sim, tinha outras coisas interessantes também e isso é uma exceção e não a regra - além de se tratar de uma promoção, estamos falando de cópias digitais, que reduzem significativamente custos de impressão, distribuição e etcs.

Ainda que esse seja um daqueles casos em que o material vale cada centavo mesmo do preço cheio, e particularmente eu não seja exatamente um referencial no que tange valores (não passo apertado, é verdade, e prefiro gastar R$40,00 em um material como o Visão do Tom King que em remédio), mas seria realmente egoísmo da minha parte simplesmente deduzir que, se eu posso pagar danem-se os demais.

Nem só egoísmo e falta de solidariedade aos demais milhões de brasileiros que não podem se dar a esse luxo. Chega ao ponto da falta de visão sistemática empresarial (afinal, com uma fatia maior do mercado) inclusive porque esse material encalha e acaba sendo vendido a preços bem abaixo do anunciado inicialmente...

Até parece uma solução simples e que mostra a estupidez cabal da editora, correto? Mas não é bem assim, afinal, será que a redução do preço em qualquer instância representaria em um aumento de vendas de qualquer natureza?
Quer dizer, o pessoal que deu uma estrela no Amazon comprou assim mesmo ou compraria somente com um preço, sei lá, 25% menor?

E acho que esse é o ponto da minha discussão: Quando é que um preço se torna proibitivo?
Porque R$40,00 em um encadernado do Visão é caro mais R$25,00 em um ingresso para assistir a um filme não é?

Se cheguei a alguma conclusão efetiva, ela se deu na forma da subjetividade (e sim, do egoísmo de parágrafos atrás). São os preceitos individuais que vão definir que um preço é caro, muito caro ou caro demais, principalmente em artigos que não estão atrelados a qualquer necessidade.

Sim, gastar R$200,00 em um remédio é caro (mesmo que seja por apenas três capsulas e você precise tomar uma por dia por uma semana), mas perante a alternativa que é continuar doente (ou pior), esse é um gasto aceitável.
Com entretenimento, bem, por mais chato que seja viver sem Netflix ou Tv a cabo, não é exatamente impossível. E o mesmo vale para gastos menores - o filme no cinema, bem, sempre tem o dia da promoção, e ainda tem a locação por bem menos que o valor do ingresso alguns meses depois...

Então quanto mais eu penso, quanto mais eu gasto de raciocínio nesse tópico - e, sejamos honestos, com tanta coisa acontecendo no mundo ultimamente parece o tópico mais idiota para se discutir - eu acabo voltando a uma única resposta, que é uma pergunta proposta em um antigo desenho do Pica-Pau. Será que eu realmente preciso disso?


Ao menos é a forma como eu consigo interpretar toda a coisa.

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