Nota: 7,5/10 |
(Sim, eu li em virtude de Blade Runner 2049, e acabei um tempo depois do previsto... Enfim).
Fogo Pálido é um livro que, ao mesmo tempo é difícil de resenhar, é extremamente difícil de criticar. Nabokov tece um escudo com maestria ao construir as narrativas (sim, plural) que compõe a trama, principalmente por depender grandemente da ideia da má interpretação - e do ego inflado - do 'editor' do texto.
É, na verdade, na metanarrativa que se constrói a verdadeira história, e não no texto do poema épico que dá nome ao livro, e, é o elaborado quebra-cabeças sobre motivos e motivações de um homem frustrado tentando por seu nome nos anais da história da literatura (e aqui uma grande crítica de Nabokov justamente a essa casta tão comum à época de críticos literários acadêmicos). Ao que surge aquele famoso dilema tostines em que, se você critica você não entendeu ou você não entendeu porque critica...
Tá, não é exatamente isso mas o cerne é que reside no leitor a interpretação - deturpada - da visão do autor podendo facilmente levar para algo milhas de distância da intenção do autor, e nisso o leitor perde a capacidade de julgar e avaliar o material.
Mais ou menos como a Globo comentando o desfile da Paraíso do Tuiuti...
Então o questionamento sobre o significado original e o poder de edição (e porque não censura) é um fato marcante da obra, ainda que resida mais num tom mais cômico, com um sarcasmo vonnegutiano (sem o charme narrativo).
No fim é uma ideia bem mais interessante que sua execução - acaba um tanto cansativo depois que você capta a estrutura da obra e vê que o restante não traz tanto mais...
Tá, não é exatamente isso mas o cerne é que reside no leitor a interpretação - deturpada - da visão do autor podendo facilmente levar para algo milhas de distância da intenção do autor, e nisso o leitor perde a capacidade de julgar e avaliar o material.
Mais ou menos como a Globo comentando o desfile da Paraíso do Tuiuti...
Então o questionamento sobre o significado original e o poder de edição (e porque não censura) é um fato marcante da obra, ainda que resida mais num tom mais cômico, com um sarcasmo vonnegutiano (sem o charme narrativo).
No fim é uma ideia bem mais interessante que sua execução - acaba um tanto cansativo depois que você capta a estrutura da obra e vê que o restante não traz tanto mais...
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