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22 de fevereiro de 2018

{Resenhas de quinta} Três patetas para um crime (2017)

Nota: 10!
Explicar o filme SEM spoilers é uma tarefa hercúlea por uma série de motivos, por isso vale a pena destacar que essa é a versão 1, sem qualquer spoiler, e, por isso, resume-se a comentar o que existe de bom sem comentar o que acontece em detalhes. (Mas acho que vou deixar a versão com spoilers para depois do Oscar...)

O filme dirigido por Martin McDonagh, Três Anúncios para um crime (Three Billboards outside Ebbing, Missouri) é brilhante, e, em minha humilde opinião a melhor escolha para melhor filme (sim, acho melhor que Dunkirk que pra mim foi o melhor de 2017 na minha listagem de final de ano - ainda que eu ache que Nolan mereça ao menos a estatueta de melhor diretor pelo filme), e isso se deve a um trabalho monstruoso do elenco encabeçado por Frances McDormand, Woody Harrelson e Sam Rockwell.

Os três são pilares centrais para a trama mas a história revolve ainda a um espetacular elenco de apoio que inclui mas não se limita a ótima performances de Peter Dinklage e Clarke Peters... Digo mais: Se Frances McDormand não vencer o Oscar de melhor atriz, eu realmente acho que tem alguma coisa MUITO errada com a premiação (sim, além de indicar O Poderoso Chefinho...), mas é verdade que não há exceção na qualidade e talento dos atores do filme e na sua entrega e performance.

E acho que esse é o grande diferencial para o filme de Christopher Nolan - cujos personagens são menos relevantes para a história principal, enquanto aqui é a história e a emoção de cada um dos atores que constrói ou destrói a trama.

Sinceramente acho que quanto menos se souber ao entrar no filme é melhor (então evite trailers e mesmo resenhas), mas entenda ao menos que não é um filme para aquele combo cinema + jantar.
É mais pesado, com doses cavalares de humor negro e provocativo que busca bem mais te fazer pensar - e repensar - seus valores. Mas insisto, não é para todo mundo - e para qualquer situação.
É um filme que traz uma trama pesada - sobre a mãe de uma vítima de estupro lidando com o porco andamento da investigação, e, ao confrontar a polícia se depara com um policial tentando racionalizar o termo politicamente correto para caracterizar sua agressividade contra negros...

Talvez nisso o filme acabe apanhando na premiação em março, uma vez que muito de seu debate reside num questionamento sobre nossa sociedade (em meio a uma reflexão pesada sobre nossos valores) e mesmo que existam relances de otimismo aqui e ali e a esperança se mostre como o norte destes personagens, o filme mostra uma sociedade cruel e vil que dificilmente agrada os velhos babões que escolhem o Poderoso Chefinho como... Eu não vou esquecer isso, vou?

Enfim, vale cada centavo, vale uma série de reflexões e discussões - o final mesmo merece um 'explicando o fim' e mais uma série de debates - e eu recomendo o filme com um 10 com louvores!
Excelente.

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