Eu me sinto um pouco envergonhado de até agora não ter falado desse filme que é uma das pérolas recentes do cinema alemão, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2016 e com uma dupla de protagonistas avassaladora (Peter Simonischek como Winfried Conradi e Toni Erdmann e Sandra Hüller como Ines Conradi, ambos fantásticos em seus papéis) tudo com a firme e coerente direção da brilhante Maren Ade.
Rasgando muita seda até agora, certo?
Bem, mas o filme merece. Mesmo com suas quase três horas de história (é! Eu agradeço de não ter visto no cinema, vide Blade Runner 2049), ele consegue a proeza de construir uma narrativa envolvente que, ao final, parece até que poderia ter mais, poderia trazer mais histórias dessa bizarra combinação de pai e filha ou explorar um pouco mais alguns aspectos da vida de cada um deles, ou... Principalmente pelos contrastes brilhantes dos protagonistas vividos por Simonischek (o bonachão pai velhaco que nunca cresceu) e Hüller (a tradicional executiva sisuda e séria) com o conflito de suas personalidades resultando numa imensa barreira do relacionamento de ambos, enquanto o filme evolui com cada um experimentando um pouco da perspectiva do outro, vivendo de maneira mais próxima do mundo e da visão de mundo do outro (o pai velhaco tentando se ambientar no mundo empresarial como uma proeminente e influente figura - no caso o titular Toni Erdman - enquanto a filha sisuda tenta abraçar mais o lado idiota e levar a vida menos a sério).
Se eu tenho alguma crítica, bem, claro que sobram algumas cenas longas demais, mas mesmo isso funciona dentro do contexto da construção dos personagens, de suas interações, e isso acaba funcionando melhor no contexto geral.
O final também poderia ser menos 'aberto', chegando a alguma conclusão clara sobre o ponto final.
A história simplesmente acaba em determinado ponto arbitrário e fica por aí, mesmo que não seja um final horrível, é só que
Nota: 9,5/10
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