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21 de dezembro de 2017

Star Wars Episódio VIII : A última resenha de quinta {de 2017}

Enquanto eu assistia ao filme, um pensamento constantemente me afligia acerca, não só dos fãs babões que vão protestar a qualquer comentário contrário mas acerca do que realmente esse filme é (e representa para a mitologia da saga). Ele é o Templo da Perdição da franquia, né?

Quer dizer, tem muita coisa interessante e bem construída - e o que é bem construído e MUITO bem construído - mas também tem, na contraparte, muita coisa mal construída e que realmente nos faz questionar o quão perto isso está de ser um filme ruim.

Tem umas barrigas no roteiro (a enorme seção no Cassino que não leva a lugar algum - literalmente, porque o roteiro não avança uma vírgula com esses eventos), tem a comédia forçada (e em muitos casos é REALMENTE forçada) e os personagens que pouco ou nada acrescentam. Isso sem falar nos malditos porgs...

Da comédia forçada eu acho que é perdoável (somente um sinônimo de roteiro ruim), mas os personagens que pouco acrescentam (ou, num caso particular que eu vou comentar em spoiler mais adiante) somado a uma enorme barriga no roteiro fica difícil de defender.

Acho bem curioso em meio a tanta babação de ovo sobre o filme (droga, teve um artigo reclamando que o filme foi esnobado dos Golden Globes de 2018! Sim, os Golden Globes que não incluíram Blade Runner ou Mulher Maravilha esnobaram um filme que mal chegou aos cinemas!) com tantas notas altas da crítica em geral se omita esses defeitos da trama.

E enquanto é preciso reconhecer que existe uma parte de problemas diretamente ligada ao episódio 7 construindo mal o argumento para arrematar essa 'nova trilogia' como a passagem do tempo entre os episódios 6 e 7 (quase trinta anos, certo?) e o que isso significou para o universo em si, assim como a 'nova ameaça' do Supremo Líder Snoke ou o que diabos seja a Primeira Ordem/Novo Império.

Com isso existem falhas lógicas sobre a percepção desse universo (dois filmes dos três para contar a saga de Rey e os 'últimos jedis') e eu ainda não entendi qual o real tamanho do Império ou das forças Rebeldes - e, com esse filme fiquei inclusive com uma impressão de que são pouco mais que torcidas de times rivais com maior acesso a tecnologia bélica. Vemos uma destruição impressionante de ambos os lados com naves caindo como moscas mas nunca é exatamente claro o quanto isso representa de seu poderio - pois, como o filme deixa claro, ambos lados sempre tem mais aliados...

De novo, é um problema maior da contextualização porca do filme anterior (que não dá dimensão exata dos quês e porquês entre os episódios 6 e 7, de como a derrota do Império levou ao surgimento da Nova Ordem), mas quando tanto do clímax do filme depende da ameaça constante sobre o grupo Rebelde, a falta dessa dimensão do universo e seus personagens só torna a coisa toda menos crítica.

No fim, é um filme com muitos erros irritantes e alguns acertos e que, enquanto não reinventa a roda diverte nestes acertos. Basicamente, é o Templo da Perdição...

Nota: 6,5/10

Agora os dois grandes SPOILER que me incomodaram (leia por conta e risco):


1- A personagem da Laura Dern se sacrificar para salvar os Rebeldes... Depois do falecimento de Carrie Fisher era a oportunidade mais que perfeita para um desfecho espetacular (e digno) para sua personagem. Agora o próximo filme tem uma baita sinuca de bico ao mesmo tempo que a personagem parece com menos propósito que nunca.

2 - A morte do grande vilão Snoke. Sério... Puta troço anti-climático.  Não construíram o personagem direito e sua morte acaba mais 'meh' que qualquer coisa, tornando a ameaça toda daqui pra frente ainda menos pungente.

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