2017 foi um ano estranho.
Não sozinho e surgindo do nada - os sinais foram pintando aqui e ali na última década, culminando nessa bizarrice que foi esse ano - e não tem muita perspectiva de que vá tomar uma enorme guinada no sinal contrário.
Na verdade, dependendo de como seguirem as guerras do Twitter é bem possível que o mundo de Blade Runner de 2019 (da humanidade desolada após uma enorme guerra mundial chamada Guerra Mundial Terminus) ainda dê tempo de acontecer...
Resumir 2017 em poucas palavras é um exercício difícil, mas mais do que qualquer coisa o ano foi uma maratona. Cansativo, longo e ocasionalmente a possibilidade de um padre irlandês degringolar a coisa toda...
Vivemos em tempos complexos em que a credibilidade anda em baixa e com isso a mentira, ou somente falsas verdades e falsidades andam em alta. Às vezes por falta de caráter, às vezes por falta de competência mas sem um mecanismo competente e inteligente para mediar e separar o joio do trigo fica cada vez mais difícil triar o meio termo, e por conseguinte, o caminho.
Sem entrar em discussões complexas e políticas, um exemplo claro disso que estou falando é a última propaganda do Engov. Sério.
Seu slogan "Para quem sabe curtir", e, bem, o medicamento é justamente para o oposto dessas pessoas... Quem sabe curtir não precisa de um medicamento para não passar mal (eles já bebem com moderação dentro de seus limites).
E mesmo sendo somente uma propaganda, bem, porque não voltar o texto para a realidade do escopo do produto? Algo como "Ei, às vezes a gente exagera e pra isso existe Engov".
Isso é um mundo de 'pós verdade'.
Marketing 3.0 a todo vapor tentando acima de tudo vender um produto (seja engov, seja que precisamos de armas ou da reforma da previdência) e não ser factual.
Isso torna os passos mais perigosos, com uma necessidade cada vez de serem mais calculados.
Já vimos em 2017 o uso e a manipulação da verdade através de diversas formas, e, a tendência é só aumentar em 2018, ainda mais com eleições presidenciais E uma copa do mundo após a prisão e escândalos envolvendo os principais nomes da entidade (assim como acusações graves contra grandes astros dos times participantes, e sim, incluindo o grande nome da seleção brasileira que saiu fugido da Espanha por dever impostos lá).
Se veremos mudanças, bem, com certeza veremos, mas a principal cabe a nós mesmos para aprendermos uma maior resiliência, uma capacidade maior de tolerância e de argumentação.
Porque, bem, afinal de tudo, ainda é uma maratona e a linha de chegada está longe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário