Pesquisar este blog

20 de outubro de 2017

{Resenhas} Blade Runner 2049 (2017)

Sou o primeiro a admitir que minha primeira impressão do filme de Denis Villeneuve que continua a aventura de 1982 dirigida por Ridley Scott não me desceu redondo, e, por alguns motivos não inteiramente atrelados ao filme em si, e sim a fatores externos que eu pontuarei aqui, e, sei que isso não deveria mas prejudica a apreciação da obra em si.

Seguinte: Por algum motivo que me falha a compreensão, a sessão iniciada as 21 h só foi começar por volta das 21:30 graças a uma sucessão sem fim de trailers horrorosos (inclusive DUAS VEZES um trailer daquele filme do Gentilli que deve ser uma bosta e não precisei nem do primeiro trailer completo para chegar a essa conclusão) e programas (sim, a rede de cinemas que eu fui tem 'programas' exclusivos da rede exibidos antes de cada sessão) e COMERCIAIS (é!)... Isso para um filme de 2 horas e 43 minutos, então imagine a minha estafa quando a meia noite chegava (e passava) e o filme longe do final...

Some a isso o completamente desnecessário 3d (sério, eu tirei os óculos várias vezes e a única coisa de 'efeito' que eu percebia era nas legendas) e os defeitos vão saltando aos olhos mais do que deveriam.

Talvez o filme precisaria de uma bela edição - tirar uns dez a vinte minutos no mínimo melhoraria o ritmo para continuar como um filme longo, ainda mais quando em comparação o primeiro filme de 1982 tem, em sua versão final do diretor 117 minutos - quase uma hora a menos! Talvez carecesse de que eu assistisse ao filme original e os três curtas lançados ANTES do filme para entrar no clima e com isso curtir mais (não entender melhor, pois o filme, ainda que abordando temas complexos, levantando uma boa dose de questões contundentes não traz uma trama assim tão maluca - quanto o primeiro filme)...
(NOTA: Ainda que eu assisti aos curtas DEPOIS do filme - e, pelo menos o 2022 e o 2048 são muito bons, sendo o 2036 meio morno com um baita dum final impressionante - não dá pra levar em consideração em virtude de, bem, tangenciar ou mudar a experiência, além de acrescentar uma quase meia hora ao negócio todo E servir meio como aquele negócio Marvel de deixar tudo mais confuso... Levo em consideração a preqüela e vejo o que não bate ou ignoro e foco no produto em questão?).
Ou, mais do que qualquer outra coisa, talvez careça de fato de mais originalidade ou enfatizar o que o filme traz de original.

De novo, eu fiquei mais de três horas numa sessão de cinema para assistir a um filme e isso pode ser um fator imperativo em ranhetice mais que crítica, mas quando eu ficava contando a quantidade de referências a outras coisas (como o deserto desolado de Vegas como alusão a Fallout New Vegas, ou Deckard aposentado criando abelhas - como Sherlock Holmes - ou mesmo a choupana isolada em que um personagem questiona o que é real que é uma clara alusão ao regente do universo da saga do Guia do Mochileiro das Galáxias...)

Tem mais, claro, e claro que muita coisa me escapou mas muita coisa pareceu pra mim como um 'quem é quem' da ficção científica dos últimos 30 anos, com notas de Ela, Ghost in the Shell (o animê/mangá não o filme também de 2017), Fahrenheit 451 (é mais uma cena em que um grupo está em volta de uma fogueira mas é uma baita alusão) e muitos e muitos mais (incluindo Vladimir Nobokov com seu Fogo Pálido, pra destacar apenas um fato)... E sim, sei que é meio irônico uma vez que estes foram de uma maneira ou outra influenciados pelo estilo e estrutura do filme original de 1982.
Ainda que o filme original de 1982 seja uma adaptação de um livro Androides sonham com ovelhas elétricas? de Philip K Dick de 1968 - e essa continuação seja beeeem mais livre em forma e formato...

Existe muita coisa de positiva, sem sombra de dúvidas, e muito se deve a excelentes atuações de Ryan Gosling, Ana de Armas, Robin Wright e as estelares participações especiais de Edward James Olmos ou Dave Bautista (primeira vez que eu realmente gostei do cara em algum papel - e olha que eu gosto dos Guardiões da Galáxia). Mesmo outros atores que não brilham tanto como Ford, Leto ou Sylvia Hoeks (que faz Luv, a capanga de Leto) tem bons momentos e conseguem ao menos uma ou outra bela cena.

O filme também levanta uma série de questões complexas e difíceis sobre a natureza da vida, liberdade e razão para a existência, e, enquanto isso sozinho é o tipo de tema para Bergmans e outros autores mais existencialistas, Blade Runner consegue popular sua história sobre caçadores de robôs com complexos debates sobre a vida, o universo e tudo mais.

Pretendo assistir de novo, de preferência em casa, sem 3d (e trailers horrorosos) e talvez assim eu mude de ideia.
Hoje é um filme bom. Nota 7,7, mas pretendo rever meu conceito e ver o que muda depois de assistir de novo daqui a uns meses (e com os curtas e provavelmente o primeiro filme de novo também).

Um comentário:

  1. Para mim, os filmes são muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador. Desde que vi o elenco de Blade Runner 2049 imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, pessoalmente eu irei ver por causo do ator Harrison Ford, é muito comprometido. Blade Runner 2049 é um filme que vale la pena ver, os recomendo muito.

    ResponderExcluir