Quando li os comentários e anúncios da hq do Homem de Ferro 'O Mais Procurado do Mundo' como uma das melhores histórias do personagem, eu confesso que em primeiro momento achei exagero.
Depois que li, tive de dar o braço a torcer, que de fato, é uma das melhores histórias com o personagem (que não seja dos Vingadores ou evento ou mega-saga ou...), pena que isso não quer dizer lá muita coisa.
Com exceção de 'Demônio na Garrafa' (que infelizmente hoje está datada até dizer chega) e, bem, as Guerras de Armaduras, não existe nada realmente impressionante na longa carreira de histórias solo do personagem. Talvez Extremis (que infelizmente termina bem sem graça).
É a armadura ganhando consciência e tentando matar o Tony Stark, é algum novo vilão tentando roubar a tecnologia ou o Mandarim... Bem, sendo o Lanterna Verde do mal da Marvel... Fora isso tem as histórias de espionagem corporativa, da empresa à beira da falência com táticas hostis de aquisição e tudo o mais que só deixaria um economista empolgado (e que são clichê para outros personagens onde as tramas funcionam bem melhor diga-se de passagem).
Fraction começa de maneira bem formulaica com um novo vilão que tem a condição para canibalizar a tecnologia Stark e usá-la para ameaçar tanto as indústrias do Homem de Ferro como sua posição como diretor da S.H.I.E.L.D. (é, a história se passa entre a Guerra Civil e a Invasão Secreta).
E antes que alguém questione, esse ponto de filho de vilão surgindo do nada para buscar vingança já foi usado tantas vezes que eu perdi a conta (e acho que só o Wolverine tem umas quinze histórias desse tipo).
Com o sétimo capítulo, uma história mais focada em Peter Parker e Ben Urich, Fraction começa a mostrar de fato seu talento, e, a série muda drasticamente com a edição 8 quando o arco que dá nome ao encadernado (O Mais Procurado do Mundo) de fato tem início, com Stark não mais em pleno controle de sua situação mas perseguido pelo vilão Norman Osborn (que agora é o diretor do 'M.A.R.T.E.L.O.' que substitui a S.H.I.E.L.D. após a Invasão Secreta).
Destaca-se o jogo de gato e rato entre Osborn e Stark mostrando bastante da hipocrisia de Stark como diretor da S.H.I.E.L.D. e sua soberba enquanto defendendo a posição do registro super heroico como a única decisão racional (ao ponto do próprio admitir a ironia da situação ao precisar da ajuda do Capitão América que meses atrás ele próprio caçava irracionavelmente), isso enquanto Salvador Larroca tem oportunidades plenas para trabalhar com os designs de armaduras antigas conforme as edições vão avançando e Stark precisa canibalizar sua tecnologia mais antiga para por em prática seu plano para derrubar Osborn...
O problema é que esse plano é uma merda.
Não leve a mal, eu gostei do encadernado, é uma leitura bem agradável e interessante e concordo com quem disse (e diz) que é um dos melhores materiais do cabeça de lata. Não muda o fato que o plano dele de 'formatar' o próprio cérebro (para apagar todos os segredos em sua mente) é idiota até dizer chega... E não resolve o problema central (que é a acusação promovida por Norman Osborn que Stark havia vendido segredos de estado aos alienígenas Skrull na Invasão Secreta).
Então, além da motivação para trazer armaduras antigas e homenagens a arcos e personagens antigos (como o Dínamo Escarlate ou a Madame Máscara e a história de origem do personagem) o ponto de que essa mudança de armaduras para 'escalonar' o processo de formatação do cérebro de Stark não faz muito sentido, e, nem mesmo o 'plano' geral.
Porque não partir para um assalto frontal contra Osborn montando uma iniciativa com os antigos aliados (como Richards e todo o restante do pessoal registrado)? Ou buscar advogados e montar uma defesa pública e consistente?
Bem, nunca saberemos...
No geral, não vale o preço de capa nem a pau (R$125,00, e com oferta por R$98,00).
Nota: 5,5/10.
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