Eu não me lembro com grandes e/ou boas memórias do episódio da quarta temporada Acampamento Krusty (ao ponto que mal me lembrei do episódio quando fiz minha lista dos melhores episódios alguns anos atrás), ainda que não desgoste ou tenha argumentos para tal... Acho que é divertido (ou tenho a impressão de que é, de novo, mal lembro do mesmo), e foi uma certa surpresa quando vi/descobri que a atual e vigésima oitava temporada resolveria tratar da ideia do episódio novamente no episódio 'Kamp Krustier' (Retorno ao Acampamento de Krusty no Brasil), e, quando lendo um pouco mais também aprendi que, o episódio da quarta temporada era a base e ideia que os criadores tinham para o primeiro longa metragem da família amarela (lá pelos meados dos anos 90 ainda).
Sei que eu não tenho acompanhado o seriado como fazia antes: Não perdia uma estreia na Fox, sentado em frente ao televisor no horário e ficando extremamente frustrado se tivesse algum compromisso ou contratempo - que inclui a falta de energia elétrica, por exemplo - e parte disso se deve, sem sombra de dúvidas a uma enorme mudança na forma como consumimos entretenimento hoje com serviços de streaming disponibilizando todos os episódio de um seriado de uma vez só - ou, no caso de seriados em andamento, mundialmente no mesmo dia, ficando a disposição para serem assistidos quando der (tempo e/ou na telha).
Sei também que mudou a estrutura do entretenimento: As comédias de situação (com seus plots idiotas e pouco inspirados como um alienígena cujo alimento favorito são gatos, ou dois sujeitos que precisam se vestir de mulher para alugar um apartamento - yep, na estreia de Tom Hanks na televisão) eram resultado ou conseqüência de baixos orçamentos e requeriam essas manhas na estrutura do roteiro para requerer o mínimo de locações e sets (por isso geralmente se concentravam ao redor de um ou dois locais pela maioria dos episódios).
E enquanto isso ainda existe, também estão aí exemplos e mais exemplos de astros do cinema migrando para seriados, com condições cada vez maiores e grandiloquentes (nem só Game of Thrones ou Westworld - com Anthony Hopkins e Ed Harris) como seriados com estruturas e contextos muito melhores que de suas contrapartes do cinema (sim, o Arrow do CW é melhor que muitos dos filmes da DC - com exceção de Mulher Maravilha).
E, por último mas não menos importante, também sei que para os Simpsons particularmente é incrivelmente difícil com tamanho crescimento de shows animados (de excelente qualidade) durando por várias e várias temporadas com equipes talentosíssimas, como South Park, Archer, Rick and Morty... Assim como vários outros seriados de humor que também foram conseguindo maior destaque e projeção (e não mais apenas servir de reservatório para atores no fundo do poço para preencher meia hora de programação), com Community, Inside Amy Schumer, Louie, Arrested Development e mesmo How I Met Your Mother.
Então, aí entra o que eu não sei, como é que a família amarela consegue se manter ou manter uma voz e alguma relevância em meio a tudo isso?
Olhando Kamp Krustier, eu simplesmente não consigo entender, com uma premissa porcamente explorada e resolvida de maneira apressada e forçada (que tira o mérito do que existia de interessante e inteligente da premissa), e, no aspecto forçado ainda existe uma participação dos astros do seriado Masters of Sex por algum motivo...
Não é dos piores episódios da série (ainda tem aquele em que o diretor Skinner não é o diretor Skinner), e, mesmo com seus defeitos consegue ser melhor que muitos seriados inteiros por ai (sim, Punho de Ferro, estou olhando pra você) ou filmes (ei, vocês lembram do filme dos Emojis, né? Ou que o Poderoso Chefinho garantiu uma continuação?), mas a pergunta persiste.
Talvez, claro, se o contexto fosse diferente e a série começasse a ser exibida agora (ao mesmo tempo que South Park, Rick and Morty e outros materiais mais complexos e desafiadores) o seriado mal vingaria para chegar a uma segunda temporada (até porque mesmo no início da série, ela levou um bom tempo para emplacar e deslanchar).
Talvez, claro, se o contexto fosse diferente e a série começasse a ser exibida agora (ao mesmo tempo que South Park, Rick and Morty e outros materiais mais complexos e desafiadores) o seriado mal vingaria para chegar a uma segunda temporada (até porque mesmo no início da série, ela levou um bom tempo para emplacar e deslanchar).
É idiotice acreditar que alguém conseguiria se manter atual com décadas (já quase três) conversando com fãs, e, alguns casos já filhos (e netos até, porque não?) dos fãs originais... Mas será que não é possível se manter, ao menos, fiel a sua própria voz?
Os quadrinhos tem alguns exemplos disso, com o Batman ou Superman criados na década de 30 e que continuam publicados atualmente - e, enquanto sem sombra de dúvidas tenham mudado bastante, assim como passado por várias mudanças e atualizações, desde suas criações, continuam fiéis às ideias e visões originais de seus criadores, atualizando suas histórias para tempos mais modernos (o supercomputador de Batman nos anos 40 hoje com certeza seria menos veloz que uma calculadora).
Aqui talvez caiba a grande pergunta: Afinal, qual é a voz de Os Simpsons?
Mas esse já é tópico para outro dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário