Diz-se que Frankenstein e Satã nasceram no mesmo prédio, e, talvez seja um exagero, talvez uma distorção dos fatos para solapar a analogia, mas verdade ou não, John Milton e Mary Shelley escreveram ou tiveram suas ideias para Paraíso Perdido (Paradise Lost, poema épico primeiro publicado em 1667 em dez livros) e Frankstein (ou O Prometeu Moderno primeiro publicado em 1823) são, de sobremaneira duas análises bastante complexas sobre a natureza humana (através de uma metáfora sobrenatural) e, até mais que isso, da natureza da maldade humana.
Da soberba e orgulho de Satã, com sua frase célebre que é melhor ser rei no inferno que servir no reino dos céus, ao desespero do isolamento do monstro, que questiona assim sua criação e existência.
E enquanto a relevância de ambos é extraordinária - o primeiro mudou a religião católica, influenciando a imagem e visão do diabo, enquanto a segunda criou e popularizou o horror literário - eu sempre fui um fã muito maior da obra de Shelley.
Não porque poemas épicos me encham o saco (eu li Os Lusíadas e até gostei, mas sei que isso não é um elogio - duvido que alguém vá colocar na capa da próxima edição 'Eu até gostei'), mas porque a estrutura narrativa acaba um tanto rocambolesca com o excesso de floreios, e, francamente, porque o único personagem ou parte digna de nota no poema de Milton é a de Satã (todo o resto é bem dispensável). Ainda assim, Shelley É soberba em sua obra.
O drama, a estrutura, a narrativa, os personagens... Tudo é composto de maneira inteligente e precursora (de novo, é a primeira grande obra de terror escrita), e ainda que muito da história já seja repetida a exaustão nas diversas e diversas e diversas vezes em que foi adaptada e recontada - ao ponto de ser hoje um clichê - Shelley consegue criar algo original e único. E sim, sobrevive ao teste do tempo por mais óbvio e idiota que seja dizer sobre um livro com quase duzentos anos... (Ao ponto que explicar a trama é meio que chover no molhado, então não vou perder meu - e o seu - tempo com isso)
Vale a pena em qualquer uma das cinco mil versões diferentes (que vão de luxuosas como a da Darkside a formatos de bolso da LPM), mesmo que seja para ao menos descobrir uma das maiores escritoras de horror de todos os tempos (ei, ela também escreveu O último homem e eu acho que é ainda melhor que Frankenstein!)
E enquanto a relevância de ambos é extraordinária - o primeiro mudou a religião católica, influenciando a imagem e visão do diabo, enquanto a segunda criou e popularizou o horror literário - eu sempre fui um fã muito maior da obra de Shelley.
Não porque poemas épicos me encham o saco (eu li Os Lusíadas e até gostei, mas sei que isso não é um elogio - duvido que alguém vá colocar na capa da próxima edição 'Eu até gostei'), mas porque a estrutura narrativa acaba um tanto rocambolesca com o excesso de floreios, e, francamente, porque o único personagem ou parte digna de nota no poema de Milton é a de Satã (todo o resto é bem dispensável). Ainda assim, Shelley É soberba em sua obra.
O drama, a estrutura, a narrativa, os personagens... Tudo é composto de maneira inteligente e precursora (de novo, é a primeira grande obra de terror escrita), e ainda que muito da história já seja repetida a exaustão nas diversas e diversas e diversas vezes em que foi adaptada e recontada - ao ponto de ser hoje um clichê - Shelley consegue criar algo original e único. E sim, sobrevive ao teste do tempo por mais óbvio e idiota que seja dizer sobre um livro com quase duzentos anos... (Ao ponto que explicar a trama é meio que chover no molhado, então não vou perder meu - e o seu - tempo com isso)
Vale a pena em qualquer uma das cinco mil versões diferentes (que vão de luxuosas como a da Darkside a formatos de bolso da LPM), mesmo que seja para ao menos descobrir uma das maiores escritoras de horror de todos os tempos (ei, ela também escreveu O último homem e eu acho que é ainda melhor que Frankenstein!)
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