Nota: 9,8/10 |
Manchester à Beira Mar é na minha opinião o melhor filme de 2016, e talvez seja e dependa de uma série de fatores pessoais, afinal, o filme ressoou comigo em vários aspectos e a condição deprimida de Casey Affleck conduzindo e lidando com sua vida é algo que me levantou uma série de alertas (e paralelos perturbadores).
Eu entendi a depressão do personagem de um ponto de vista bem mais pessoal que gostaria de admitir, e claro não só pelo fato que na minha mãe, minha avó e mais uma série de amigos, parentes e, não obstante, eu próprio lidando com a doença do século XXI. Só que não reside somente nisso.
Outros filmes lidam e falam de personagens com (e em) crises de depressão e de suas diferentes formas de lidar com ela, e o fato que a direção de Kenneth Lonergan contida e reservada (quase intimista) com uma edição firme e precisa (quase cirúrgica) e uma trilha sonora sóbria e que sempre trabalha para acentuar a transição de cenas e seus motivos, e não o contrário (solapar güela abaixo o ponto da cena).
O roteiro é muito bem escrito (sem spoilers como é de praxe meu), com um foco bem pé-no-chão de uma situação triste por demais, que, bem, invariavelmente qualquer pessoa vai passar em algum momento na vida (a morte de um familiar próximo - ei, não é spoiler) e acho que o grande problema reside no final meio corrido, que não parece uma conclusão natural mas algo mais próximo de 'precisamos concluir para que não fique longo demais' (e o filme já tem quase duas horas e vinte), só que vejo isso mais como uma queixa minha que precisamente algo que condiga com a estrutura narrativa e acho mesmo que é a atuação de Affleck que salta aos olhos a cada momento ao que eu realmente ficarei surpreso se ele não ganhar o prêmio como melhor ator.
O filme, no entanto, eu duvido que leve outro prêmio (os motivos nas próximas resenhas).
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