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24 de dezembro de 2016

Os melhores (e piores) de 2016

Ainda que um pouco cedo para listas, não vejo muito motivo para adiar - afinal, não acredito em qualquer instância que surja alguma grande surpresa que mude minha ideia na lista de melhores, nem vejo motivo para me embrenhar em algo ruim e questionável nessa última semana do ano para rever minha lista de piores.

Como sempre, são listas subjetivas mas baseadas no material que eu vi, li e de sobremaneira absorvi em 2016. Por mais que não tenha dúvidas que o filme 'To Ryca' ou aquele do Kevin James para o Netflix sejam atrozes, eu não quis sequer perder meu tempo para passar raiva e elencar numa lista de piores... 
E alguns dos possíveis melhores (La-la-land, por exemplo) sequer estrearam, então...

Melhores:

Filme - Kubo e as Cordas Mágicas. Incontestável, o melhor filme de 2016 pra mim, um dos melhores do estúdio Laika (que é um estúdio muito bom, diga-se de passagem) e um que vai demorar para eu digerir que algo tão bom teve tão porca recepção...
Uma pena.
Acho que o ano foi um pouco fraco no quesito, ainda que tenha umas boas surpresas (Dois Caras Legais vale bastante a pena, e Capitão Fantástico é um filme bem interessante), confesso que espero mais de 2017 - com Mulher Maravilha, Liga da Justiça, Homem Aranha e mais um bocado de boas promessas.

Quadrinhos - O Xerife da Babilônia. A Panini só vai lançar em 2017, mas esse ano terminou a série nos EUA e foi a única coisa que eu aguardei ansiosamente mês a mês para ler esse ano. Passava as semanas olhando e pensando 'Falta muito? Será que já está disponível? E agora?' e invariavelmente me fazia voltar e reler todo o material pregresso.
Como menção honrosa, claro, a versão da Mino de uma de minhas hqs favoritas de Jeff Lemire: O Soldador Subaquático (The Underwater Welder) e a excelente publicação da Panini para Shambala com o Doutor Estranho.

Série - Essa é mais difícil, afinal, além de Stranger Things eu só consegui pensar em Game of Thrones (ao ponto de me ver compelido a jogar o jogo da Telltale) esse ano. Claro, claro, eu vi Preacher (legal mas nada demais), Black Mirror (temporada bem aquém) e um bocado de outras coisas, mas Stranger Things é o que mais me surpreendeu, que mais me chamou a atenção e que, vez após vez me chama de volta para discutir e conversar sobre.

Livro - Eu só li um livro lançado e publicado em 2016, e é de um autor que rapidamente se tornou um de meus favoritos: Mia Couto. Comprei em outubro o primeiro volume de as Areias do Imperador e logo me vi fascinado com a narrativa, a estrutura e as histórias do autor moçambicano (já comprei mais quatro livros dele!).
Só posso recomendar (e muito)!

Sem opiniões em música e games (estou jogando Sonic Generations de 2011, então faça as contas se estou atualizado).

Piores:
Filme - Essa categoria foi um prato cheio - dava pra fazer um post só com ela e dividir em categorias.
X-men Apocalipse, Warcraft, Festa da Salsicha (é sério que teve gente que gostou desse filme?), A Bruxa de Blair (com mais drones que na droneshow desse ano)...
Mas eu fiquei pensando, indo e vindo e o filme que realmente me atormenta é Aquarius.
Na época não falei do filme, fiquei meio em cima do muro tentando digerir melhor a história e o que diabos eu tinha visto, e, enquanto existe um bocado de coisas louváveis (como Sonia Braga roubando a cena e mesmo num filme que eu considero o pior do ano em contraste aos recém-mencionados, ainda é alguém que entregou a melhor atuação do ano), é um filme que padece de tanta e tamanha falta de nexo.
Explico com um exemplo simples: Numa cena Sonia Braga está em uma aula de gargalhada na orla da praia (não sei se isso de fato existe, nem me pergunte) na outra, sem qualquer foco pela transição ela está mergulhando no mar após conversar com o salva-vidas que é seu grande amigo de longa data. A aula de gargalhada tem mais alguma ramificação na trama? Não... Era uma cena necessária? Pra que?
E isso se repete ad infinitum - o conflito da personagem de Sônia Braga com a construtora é mesquinho e tolo (ela deixa claro que tem posses e recursos para se mudar e a construtora poderia tão facilmente comprar algum outro imóvel na vizinhança), os personagens secundários e terciários não apresentam substância e toda e qualquer trama paralela não parece ir a qualquer lugar.
Enquanto eu olho para X-men Apocalipse e penso 'Ei, como esse negócio pode dar certo?' e o mesmo vale para outros dos exemplos, Aquarius é um filme com uma excelente atuação de Sônia Braga, então a pergunta aqui é oposta... Como esse negócio pôde dar tão errado?

Quadrinhos - Difícil de julgar (afinal estou lendo menos quadrinhos que em qualquer momento de minha vida), e sei que tem muita coisa pior que eu não estou lendo (como o Demolidor com parceiro-mirim escrito pelo Charles Soule ou o Homem de Ferro galã de padoca do Bendis) mas verdade seja dita The Walking Dead chegou a seu ponto mais ridículo ao se tornar o exato zumbi que estampa o tema de suas histórias.
Não há mais inventividade, não há mais interesse... As histórias ruminam sobre o novo vilão caricato e alguma bobagem qualquer tentando criar um novo mega-evento dramático e bombástico - mais uma guerra entre os grupos, que já promete MAIS uma guerra entre os grupos...

Série - Minha maior decepção, sem sombra de dúvidas foi A Agência do Detetive Holístico Dirk Gently. Assisti coisa pior, como um drama policial britânico que se perde de maneira colossal após o segundo episódio e Marco Polo (que segunda temporada horrível), mas a decepção fala mais alto.
Eu gosto do personagem, eu gosto das histórias com o personagem, droga eu gosto do autor e admiro o talento de todo o elenco... Então como é que o negócio não funciona?

{EDIÇÃO} A série britânica chama 'Paranoid', tem no Netflix e apesar do belo começo (um brutal assassinato com várias testemunhas e nenhuma informação) logo cai em clichês (relacionamentos forçados de personagens e coisa do tipo) e uma conspiração enorme de uma empresa farmacêutica...

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