Com o Reveillón e um 2017 que chega já com uma dezena de problemas (bem reais) eu efetivamente me pergunto se não é uma enorme falsidade desejar um feliz 2017 para as pessoas.
Falsidade ou cegueira.
2017 será laborioso, difícil e para muitos aspectos algo bem mais complexo que 2016 foi.
Com o presidente Trump que antes de assumir a presidência já chegou perto de causar um conflito internacional (e sim, a tensão entre China e EUA vem crescendo).
Sim, ainda tem a reforma da previdência, a reforma trabalhista e mais uma dezena de porcarias que o governo quer empurrar goela abaixo como se fossem necessárias ou boas e uma assustadora e crescente onda ultra-direitista...
Mas acho que o pior legado de 2016, sem sombra de dúvidas é que hoje vivemos no mundo da 'pós-verdade' (ou 'verdadência' se preferir a versão de Stephen Colbert), a palavra adicionada pelo dicionário Oxford e que define no ano.
Uma palavra que nunca o dicionário acertou de tamanha forma para sintetizar um ano.
Uma palavra que nunca o dicionário acertou de tamanha forma para sintetizar um ano.
Exemplos não faltam disso (dois parágrafos atrás já trazem alguns) e o ano foi permeado com eles.
Somos todos Cunha, diziam os militantes pró-Impeachment e semanas depois como Pedro o negam veementemente (principalmente a ridícula MBL que era amigona do Cunha e do Renan tenta fazer-se de apartidária no mundo da pós-verdade) quando a inconveniência de sua presença se torna insuportável.
Somos todos Chapecoense, mesmo que o time de Chapecó tenha recebido mais tempo de ar nas emissoras abertas com o velório televisionado em tempo real (e que inclusive a Globo instalou um pay per view nas lápides e nos caixões para quem quiser continuar acompanhando) do que durante todo o campeonato brasileiro (se não for contra Corinthians ou Flamengo, difícil achar uma rodada)...
Morre um músico - que a Rolling Stone criticou por décadas a fio - e ele vira um gênio - com artigos elogiosos de cinco/seis páginas na própria Rolling Stone.
Esse é o mundo da pós-verdade.
Diz-se primeiro, adequam-se os fatos depois.
Isso é perigoso, e bem mais perigoso que o 'mi-mi-mi' que a direita e Luiz Pondré tentam vender como o grande mal do século XXI, que é uma forma de ridicularizar a vítima que, a própria direita já tentou diminuir com o 'vitimismo' como se não fosse fundamentado, e é apenas mais uma forma de pós-verdade. Sim, existe o 'mi-mi-mi' descabido e vitimismo como o caso da youtuber assediada por Vin Diesel (que é muito mais uma exposição da crassa falta de jogo de cintura enquanto entrevistadora - ao que posso citar exemplos como da Bruna Lombardi demostrou de sobra em 93 sobre como lidar sem vitimismo).
A pós-verdade é uma nova - e diferente - forma de censura que está ligada a interesses comerciais, a oportunismos gerais e muitos problemas mais (mídia convencional e profissionais sérios que tem de disputar espaço com o Zergnet e fontes nada confiáveis que podem postar 'notícias' com alguns segundos de antecedência).
O que isso significa para o mundo futuro e o 2017 que vem chegando?
Ainda é cedo para dizer, mas com certeza requererá muito e muito trabalho para mudar.
A pós-verdade é uma nova - e diferente - forma de censura que está ligada a interesses comerciais, a oportunismos gerais e muitos problemas mais (mídia convencional e profissionais sérios que tem de disputar espaço com o Zergnet e fontes nada confiáveis que podem postar 'notícias' com alguns segundos de antecedência).
O que isso significa para o mundo futuro e o 2017 que vem chegando?
Ainda é cedo para dizer, mas com certeza requererá muito e muito trabalho para mudar.
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