Sei que é fácil chutar cachorro morto.
É fácil rir do texto ridículo de Eduardo Paes para glamourizar os jogos olímpicos que iniciam na próxima semana e precisarão de Cangurus para ajustar as falhas estruturais dos prédios da Vila Olímpica (que, ressalto não estão prontos há menos de uma semana do início dos jogos).
Isso é fácil, e, francamente a mais clara e lógica conclusão em virtude de tudo o que estamos vivendo nos últimos anos, com um país em frangalhos por uma classe política incompetente gastando nosso suado dinheiro de impostos em debates sem sentido, propósito e moral que somente justificam suas ascensões e quedas políticas.
Ler as notícias sobre política ultimamente parece mais com uma leitura de George R.R. Martin que com uma realidade sadia de um país.
Só que é, no mínimo, tolo presumir ou fingir que isso é local (ei, Brexit? Trump possível presidente dos Estados Unidos? O mundo tomou uma acentuada e assustadora curva para a direita), e, que isso resume a nossa realidade, e, francamente nem de longe a explica.
Temos problemas, sim, e não somos o primeiro país a ter problemas enquanto sediava os jogos - mesmo antes ou depois.
Moscou estava nos últimos momentos do suporte de vida quando sediou os jogos Olímpicos de 1980 (sim, a economia ainda estagnou por mais uma década até finalmente o país tomar medidas efetivas para restaurar a economia), tocando o mundo inteiro com a marcante cerimônia de encerramento com Misha chorando.
Não são o único exemplo, tenho total certeza (ei, Athenas foi sede em 2004 e hoje a economia grega é um sinônimo de prosperidade não é mesmo?), ainda que eu não queira voltar todo o caminho até as Olimpíadas de 1936 com a economia alemã em frangalhos durante a ascensão do partido nazista (pois pode parecer um confuso paralelo com as semelhanças de nosso cenário atual).
Francamente? Eu quero que seja um sucesso.
Eu quero que seja o ponto de virada efetiva, trazendo os investidores que nosso país precisa para se reestruturar, que traga o ânimo aos investidores locais para voltar a trabalhar e que sirva como a chupeta que a bateria da economia precisa para reiniciar.
Espero que seja uma cerimônia bonita, que sejam jogos marcados pela competitividade e espírito esportivo, e que todas as ameaças e riscos tenham sido exagerados ou tomados fora de proporção.
Cinismo? Juro que não, e, garanto que também não é otimismo descabido.
É uma constatação da mais clara e simples realidade: Se os jogos forem a catástrofe que todo mundo teme, francamente ninguém se beneficia.
Até porque a velha síndrome de vira-lata brasileiro que demoliu a Copa do Mundo por anos e anos a fio e, bem, o evento foi bastante normal e sem eventos. Até deu um gás na economia em meio a protestos e tudo mais.
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