Clarice Lispector, Todos os Contos lançado em maio de 2016 pela Editora Rocco com 656 páginas reúne todos os contos de Clarice Lispector.
Pronto? Suficiente para justificar a leitura? Realmente não é pra precisar muito afinal, Clarice é fácil a melhor autora brasileira, mas, deixe-me enfatizar que enquanto digo 'autora' quero dizer no sentido de escritor indiferente do gênero.
Lobato, Machado e quem mais que tente não arranha uma unha do dedão de Clarice e, bem, para justificar é bem simples: Não precisa de muito mais que o primeiro conto.
É uma não-história em que essencialmente a protagonista (Luísa) tenta reerguer-se após uma separação (ou mais uma) rememorando os momentos que precederam ao fim e o que vem a seguir.
Como disse, uma 'não-história'. Não há um evento, não há uma súbita realização ou uma enorme e inequívoca passagem que torne a vida de Luísa diferente, peculiar ou minimamente diferente da de qualquer outra pessoa.
Mas é o estilo (tanto narrativo como a classe e charme que definem a narrativa) de Clarice que transforma esse nada intrigante momento em um evento.
E é isso. Uma narrativa que prende o leitor mesmo quando não diz nada de novo (ressaltando que não é o caso sempre, o segundo conto já tende numa direção bem diferente, com uma toada subversiva, principalmente para seu tempo, de uma mulher abandonando o marido para uma aventura com seu amante), e toda uma seleção impecável de contos da maior autora brasileira de todos os tempos?
Eu quase não tenho do que reclamar.
Além da capa (é bem isso que está na foto, que mesmo me esforçando muito eu não consigo achar uma boa a) foto, b) capa e c) representação do material em questão por mais que seja uma foto da autora, com exceção de que isso é um daqueles encartes protetores para capa dura - não sei o nome disso - que deixa uma encadernação preta sem nada), mas é uma reclamação bastante miserável se alguém me perguntar.
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