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9 de dezembro de 2015

{30 anos = 30 quadrinhos} Agora é pessoal!

Essa é a primeira das listas realmente difíceis que eu preciso fazer.
Diria até que a mais difícil por várias tecnicalidades (considero somente graphic novels? Como eu comparo as 75 edições [+ especiais] de Sandman contra o excelente arco em quatro partes Batman Ano Um? Ou a espetacular edição única o garoto que colecionava Homem Aranha?) e não só isso.

Com os quadrinhos, o processo de 'consumo' da mídia é bem diferente do consumo de outras mídias.
Enquanto os quadrinhos são episódicos como um seriado, suas histórias são mais complexas como de filmes e considerando alguns aspectos e condições com toda a filosofia e extensão de camadas vão além de limites da literatura. Algumas histórias levam décadas para chegar a sua conclusão (Cerebus começou em 1977 e foi até 2004 CONTANDO A MESMA GRANDE SAGA!!!) e é isso o que eu acho fascinante nos quadrinhos e vejo que é o que motiva e cativa fãs, que os leva a se vestirem como seus personagens favoritos (não é exatamente minha praia pois o máximo que eu consigo é fazer cosplay de Clark Kent), realizarem convenções e discutirem apaixonadamente com outros fãs.

No fim é uma lista mais apaixonada, mais pela vontade de compartilhar séries e grandes trabalhos do que elencar de alguma forma matemática e logarítmica.
Talvez um quadrinho 'melhor' não esteja na lista ou esteja elencado abaixo de algo 'pior'...?
Bem, é um risco que devo correr, e, que, como com todas as outras listas, estou bem disposto (e certo de que virão).

Por tecnicalidade, um de meus quadrinhos favoritos, "Desvendando os quadrinhos" de Scott Mcloud fica de fora - e da de livros também. Não acho justo colocar um material teórico por mais brilhante e bem escrito que seja.

30 - Persépolis - Marjane Satrapi

29 - Marvels - Kurt Busiek e Alex Ross

28 - Y: O Último Homem - Brian K Vaughan, Pia Guerra (é preciso o crédito a quão foda é a simplicidade do título... "Y" como em 'porque' em inglês, "Y" como o cromossomo que diferencia o protagonista nesse mundo em que todos os homens morreram... É genial só uma pena que dá uma caída na qualidade na minha opinião).

27Gotham Central (não chamo de Gotham ou Gotham City contra o Crime ou qualquer um dos nomes escrotos que a Panini usou!) Ed Brubaker, Greg Rucka, Michael Lark et al.

26 - Tintim - Hergé

25 - The Underwater Welder - Jeff Lemire

24 - Asterios Polyp - David Mazzucchelli

23 - Dragon Ball - Akira Toriyama

22 - Hellblazer - Jamie Delano, Garth Ennis...

21 - Batman: Ano Um - Frank Miller, David Mazzucchelli

20 - The Walking Dead - Robert Kirkman, Charlie Adlard

19 - Cerebus - Dave Sim  (acho, sinceramente, que merece um lugar melhor na lista, mas, eu, infelizmente, não li todo o material - francamente estou bem longe disso. Amei o que li, mas é bem pouco ainda)

18 - Spirit - Will Eisner (quase o mesmo problema do anterior, mas padece do fato que tem um bocado de coisa que eu achei meio fraquinho também)

17 - Mafalda - Quino

16 - Homem Animal - Grant Morrison

15 - Preacher - Garth Ennis, Steve Dillon

14 - Scott Pilgrim - Bryan Lee O'Malley

13 - A Saga do Monstro do Pântano - Alan Moore, John Totleben e Steve Bissette.

12 - Demolidor - Frank Miller, Brian Michael Bendis, Ed Brubaker, et al (não dá muito pra fazer distinção, é tudo muito balanceado)

11 - Saga - Brian K Vaughan, Fiona Staples

10 - 100 Balas - Brian Azzarello, Eduardo Risso

09 - Um Contrato com Deus - Will Eisner (Ainda que falar de Eisner meio que seja chover no molhado, sim, ele é um gênio incomparável na arte de contar histórias, e Um contrato com Deus eleva a condição dos quadrinhos a um novo patamar, ao ponto que depois dela não dá mais para negar que é um gênero artístico com suas aspirações, sonhos e fascínio. E é no rodamoinho de emoções sem ser piegas que torna Um contrato com Deus uma das mais importantes obras de Eisner em minha opinião)

08 - Bulding Stories - Chris Ware (Eu acho que essa é uma das maiores expressões dos quadrinhos de todos os tempos como arte, com vários detalhes que expõem as sutilezas e diferenças da interação entre o espectador e obra)

07 - Lobo Solitário - Kazuo Koike e Goseki Kojima (Eu nem sou tão fã de quadrinhos japoneses assim, mas Lobo Solitário é de uma grandiosidade que é impossível ignorar. Sejam as passagens cheias de ação ou os momentos calmos e introspectivos, a narrativa é belíssima a um ponto que nos permite relevar a repetição - que ganha um peso extra na condução e definição do personagem - e inclusive toda a violência para ver uma história mais intimista de pai e filho e suas motivações)

06 - Starman - James Robinson, Tony Harris (eu fico com os olhos marejados toda vez só de lembrar o discurso de Jack no funeral do pai, mas são as pequenas bobagens como discutir qual o filme favorito de Woody Allen que fazem esse material único)

05 - Scalped - Jason Aaron, R M Guera (resumindo: É The Wire numa reserva indígena)

04 - Sandman - Neil Gaiman e vários artistas (Sandman é uma jornada espetacular e eu já falei bem sobre ele aqui e aqui)

(Acho até que os três primeiros lugares dividam praticamente de maneira igualitária a primeira posição, mas são motivos distintos que os colocam lá e definem condições de como vejo o quanto cada obra me impactou de maneira pessoal)

03 - Maus - Art Spiegelman (O que me surpreende aqui é a brutal franqueza de Spiegelman nessa biografia - expondo a condição de sua família com todos os atritos e discussões tolas de uma maneira que é difícil ver, bem, em qualquer lugar. Spiegelman, inclusive, como personagem não se coloca em pedestal ou qualquer coisa do tipo e mostra sua própria escrotidão em diversas passagens o que o torna ainda mais humano e sua história mais identificável, e o peso das analogias e metáforas brilhantes só adiciona camadas e camadas a uma obra indiscutível)

02 - Watchmen - Alan Moore, Dave Gibbons (Não é à toa que é uma das obras mais importantes para críticos que nem entendem de quadrinhos. É fácil de ler mas bem difícil de ver tudo o que existe e nela contém)

01 - Do Inferno - Alan Moore, Eddie Campbell (porque número 1? Porque eu tenho medo do quanto me perturba essa história, o quanto ela vai se esgueirando na minha cabeça e me provocando... A jornada que Moore faz na análise da persona de Jack, o Estripador é completa, complexa e perturbadora, como toda história de assassinos seriais deveriam ser - mas não são - mas é a complexidade que traz os questionamentos sobre a natureza humana, e até sobre a própria natureza do leitor - uma vez que é fácil se identificar com alguns dos personagens e ponderar qual seria a reação na mesma condição deles)

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