Pesquisar este blog

28 de agosto de 2015

{RESENHA} Febre de bola - Nick Hornby

Nota: 7,5/10
Dados bibliográficos: Companhia das letras, 2012, 352 páginas.
Título original: Fever Pitch (1992)
Resumo dinâmico: É GOOOOoooooOL!!!!

Resenha: Se eu nunca disse antes, que fique para notas, atas e efeito: Eu sou um fã incondicional do trabalho de Nick Hornby.

Sei que ele não é um autor dos mais brilhantes e espetaculares (como um Borges, Llosa ou outros tantos que eu poderia citar), como também sei que é por culpa dele que temos o John Green e talvez até os vampiros fru-frus da Stephanie Meyer... Quase tudo que ele escreveu foi convertido de uma forma ou de outra ao cinema/tv, mesmo sem fazer muito sentido (esse livro mesmo deixou de ser uma auto-biografia para virar uma comédia romântica com Colin Firth).

Mas eu gosto do estilo descontraído que se esforça ao máximo para parecer casual e sem esforço. Parece um pouco com Quentin Tarantino mas sem a violência (e os fetiches pelos pés da Uma Thurman), mas Hornby tem seu estilo próprio, semi-biográfico (que nisso oferta densidade à ficção por nela conter uma experiência real e com isso a experiência ser mais facilmente humanizada) mas sempre altamente consciente do quão absurdo realmente são essas experiências. Traições, frustrações e a enorme e perplexa realidade de ser um jovem adulto sem saber o que isso significa.
Do anacronismo de ser jovem com um saudosismo de coisas antigas (como em Alta Fidelidade com a paixão por discos, já obsoletos na época da obra - hoje com mp3 e outras tecnologias digitais então...)

E febre de bola é tudo isso (auto-biográfico com experiências absurdas que tentam explicar o que é se tornar um adulto) com um adicional: É a mais brilhante obra sobre a experiência de um torcedor já escrita.
Sem dúvidas Nelson Rodrigues tem crônicas muito mais marcantes sobre a experiência futebolística que qualquer passagem das trezentas e cinquenta páginas de texto do Hornby. Rodrigues via poesia e tentava transmitir essa poesia de maneira fluída e complexa para orquestrar a excelência da experiência futebolística.
Hornby vai na contra-mão disso, mostrando as frustrações e medos de um torcedor, e o quanto de obsessão e compulsão essa torcida realmente carrega. São anos e mais anos de jogos, temporadas contados e se entrelaçando com a carreira e vida do autor.
Ainda que possa existir alguma ficção em meio a tudo isso, eu acredito que seja muito mais biográfico que não, e, acho que é algo narrado e contado como poucos, por uma perspectiva quase sempre delegada (pois cronistas e colunistas esportivos tendem a ignorar a faceta do torcedor).

Talvez o livro já esteja um tanto datado (lançado em 1992 originalmente) mas ainda carrega um bom peso, e é uma leitura na grande maioria leve e descontraída.

Nenhum comentário:

Postar um comentário