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26 de dezembro de 2013

Grandes Clássicos dos Quadrinhos (?): Os Invisíveis

Há mais de um ano eu tinha acabado de receber em casa a pesada coletânea com todos os sete encadernados com suas mais de 1500 páginas (que reúne os três volumes, com respectivamente 25, 22 e 12 edições em cada volume com uns dois contos curtos publicados numa revista chamada Vertigo Jam).

E confesso que ler o primeiro volume me deixou bastante empolgado... Já conhecia algumas das histórias, tinha lido alguma coisa quando foi publicado no Brasil, então realmente me interessava ver onde a história seguiria. E é quando surgem histórias de viagem no tempo (com alguma conexão a origamis e a bomba atômica de Hiroshima), reviravoltas sobre reviravoltas para alguma outra reviravolta (juro que não estou exagerando), e alguns finais brochantes. E então a história parte para seu desfecho no volume final, e... É algo para se ficar sem palavras.
Mas não num bom sentido.

Há um bocado de comparações com Matrix (juro que não sou o único que acha isso, veja aqui), sobre a questão da alegoria da Caverna de Sócrates (da possibilidade da realidade não passar de uma ilusão conforme o contexto do observador) inclusive sobre a estrutura de células terroristas organizadas para minar a figura autoritária dominante (que quer subverter a humanidade a uma condição de um vazio êxtase como meros instrumentos e ferramentas para as tais figuras dominantes). Até as noções dos personagens se balanceiam entre o filme e a história de Grant Morrison - um novato com enorme potencial que é conduzido pelo líder carismático e uma mulher fodona que quebra tudo (e que é o interesse romântico do novato) e passa a conhecer a realidade como ela é - enquanto descobre que tem um grande papel e destaque nessa nova condição.

Destaco que a ausência de nomes no parágrafo anterior é proposital.

Vou além: Tantos nos filmes como nos volumes, há enorme similaridade quanto a qualidade do conteúdo (No 1 é muito bom, tem grandes ideias e potencial, apesar de algumas limitações claras, que não existem no segundo e por isso, esteticamente é mais bonito, mas com um conteúdo menos empolgante, e que se perde num roteiro confuso - que descamba de vez tanto ao final do segundo quanto na parte final, o terceiro).

E é inclusive pelo excesso de confusão e problemas (o volume final com apenas 12 edições tem DEZESSETE ARTISTAS[!] e, inclusive no arco final alguns deles não seguiram o roteiro definido para as edições - fizeram só a arte que depois foi incorporada ao roteiro) que a série perde o impacto e um discernimento de constância na qualidade do material, e parte de sua relevância... Chegando a um ponto ao final em que as histórias de bastidores são mais interessantes que a própria história que foi publicada.

Como por exemplo a história que Morrison foi abduzido por alienígenas no Nepal e lá eles lhe contaram o roteiro das 59 edições... Ou as cartas trocadas com os editores para justificar o lançamento (e relançamento de vido a baixas vendas)...


Com certo pessimismo (até por isso o ponto te interrogação no título) vejo que a série padece dum mesmo fim de materiais como Lost em que, seja devido ao desgaste, sejam os mistérios mal conduzidos/dosados no desenvolvimento, ou principalmente pelo final sem sal - e conflitante com o que se prometia e havia de potencial no começo.

E justamente por isso, com o tempo é bem provável que seja apenas uma pequena e mixa nota de rodapé da história num futuro não muito distante...

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