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15 de novembro de 2013

Grandes Clássicos dos Quadrinhos: A piada mortal

Pra alguns, a melhor história do Batman (e, facilmente a melhor história do Coringa). Pra outros é... A história definitiva do Coringa.

Inquestionavelmente importante para os quadrinhos de super herói, e, relativamente discutível em seu papel como marco na história dos quadrinhos como um todo, A Piada Mortal (não confundir com a Piada Mais Engraçada de Todos os Tempos) é uma história sobre loucura, criminalidade e os limites entre os dois.

É uma história polêmica, e com muitas polêmicas atreladas (Por exemplo teria o Coringa estuprado Bárbara Gordon? - vide a imagem abaixo que levanta a questão), com vários pontos que requerem mais que uma simples leitura - e mais abstração para se obter uma simples interpretação.

A obra lida com dualidade (com a presença do vilão Duas-Caras, a cena inicial e final que compartilham vários tons em comum), com as noções de máscaras - sob o contexto de fumaça e espelhos... E a noção de que o inferno está mais perto que parece (todos estamos a apenas um dia ruim dele).

Nisso ela trabalha na possível origem do Coringa (que, realmente nunca foi trabalhada de fato nos quadrinhos). O contexto geral é a história de um humorista fracassado comum, um cara sem dinheiro, sem respeito, com uma mulher que o odeia (e vai ter um filho - que ele não terá dinheiro para sustentar, e pode nem ser dele), e que é levado por alguns 'amigos' a um servicinho fácil em um laboratório químico.
O crime dá errado, e os bandidos são surpreendidos pelo Batman, resultando no perdedor convicto caindo acidentalmente em um tanque de reagentes, e, sair um outro homem (com cabelos verdes e uma pele naturalmente esbranquiçada).

O barato da história - como Christopher Nolan iria trabalhar genialmente depois em "O Cavaleiro das Trevas" (no filme ele conta três histórias diferentes sobre a origem de seu 'sorriso') - é que essa 'origem' pode muito bem ser apenas mais uma história contada pelo Coringa para justificar suas ações, sem nada de verdade nela.
Inclusive, há algo que ressoa na obra de Moore, sobre a vida ser apenas uma piada... Frase repetida pelo Comediante em Watchmen, e que não parece muito distante na interpretação de outros roteiros...



E de maneira semelhante são as (muitas) interpretações e subjetividades.
Porque o palhaço escolhe justamente a família Gordon para atazanar? Porque ao final Batman ri da piada do Coringa? O que é o enquadramento final (como num efeito de zoom in)? Seria a ausência de luz no último quadro uma metáfora para o assassinato do Coringa pelas mãos do Batman? Brian Bolland, o ilustrador, e Grant Morrison, o escritor escocês que vive malucão de drogas e viu ets, acreditam que sim...

Só que, como toda boa piada, você precisa entender sozinho.

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