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19 de julho de 2013

Revisando direito: Hellblazer - Hábitos Perigosos


"Eu te dou o segredo sobre a magia. Magia é um monte maldito de merda".

Em fevereiro com a despedida da série mensal Hellblazer na sua edição 300 eu fiz um post "Grandes Clássicos dos Quadrinhos" comentando um pouco sobre a série, seus principais autores, fatos e personagens... E ficou uma droga genérica e sem graça.

Sou o primeiro a admitir isso, e por isso refaço com enfoque na primeira história que muita gente vai ler sobre o personagem: Hábitos Perigosos.
E por um bom motivo, ela é a primeira a oferecer uma real tridimensionalidade ao personagem e colocá-lo em um ponto comum, em uma situação de figura simples, reconhecível e assimilável. Constantine em seu monólogo interno da edição 40 que estreia o arco define tudo que você precisa saber sobre o personagem - a série - e o que vai acontecer daqui por diante. Começando pelo fato de construir uma imagem mais própria ao personagem (que era associado à figura de Sting, o cantor do Police no qual fora inspirado como seu modelo, e a partir desse ponto ele começa a ter uma figura mais própria e particular) e seguindo pelo desenvolvimento do tão poderoso mago em um momento de extrema vulnerabilidade e tendo de aceitar e visualizar a ideia de sua própria morte.

"Primavera.
Tudo desperta e segue em seu caminho.
Tudo segue vivendo.
Tudo exceto eu.
Estou morrendo.
Eu nunca pensei que seria assim.
Quer dizer, não pra mim. Não para John Constantine.
Eu sou aquele que surge das sombras, cheio de sobretudos e cigarros e arrogância, pronto para lidar com a loucura.
Oh, eu tenho tudo resolvido. Posso te salvá-lo, mesmo que tome a última gota de sangue, eu afastarei seus demônios. Chutarei suas bolas e cuspirei neles enquanto estão caídos, e então eu desapareço novamente nas sombras, deixando apenas um aceno e uma piscadela e uma piadinha.
Sigo meu caminho sozinho...
Quem iria querer andar comigo?"

Com a figura do mago canalha contemplando tão de perto a ideia da morte - em virtude de seu câncer de pulmão (como uma conseqüência clara do hábito nada saudável do personagem, e que, pode até não parecer para as gerações mais novas, mas o cigarro era um vício bastante popular), Garth Ennis vai construindo uma história que permeia e contempla a noção de mortalidade, e o que isso significa num mundo onde anjos e demônios caminham livremente pela Terra.

E isso é só o começo.

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