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30 de junho de 2013

A jornada do herói

Ou o monomito para iniciantes.

Um pouco de Joseph Campbell para os amigos escritores que precisam de ajuda e inspiração - e por favor, cuidado com os promulgadores da auto-ajuda que usam Campbell como preceito científico de psicologia ou psiquiatria (eu sei, eu sei, esses 'especialistas' também dizem que o ser humano só usa 10% de seu cérebro talvez porque "frenologia" não pegue bem em círculos científicos)... Campbell era um especialista em MITOLOGIA COMPARADA (ou TEOLOGIA comparada se você preferir). Claro que não impede de seu trabalho ser usado por outras áreas, mas não vamos exagerar... Isso se baseia em conceitos para mitos e histórias - até porque sua justificativa básica para o monomito é que todas as GRANDES HISTÓRIAS possuem AS MESMAS PERSONAGENS (ou ferramentas).
Isso não se aplica a pessoas e a vida de ninguém...


Não vou transcrever o vídeo todo, mas segue um pouco de contextualização:

A jornada do herói é, segundo Campbell, é a conexão de diversos fatores comuns na maioria das histórias, lendas, folclore e mitos da humanidade, sejam eles quais forem (da Babilônia a Senhor dos Anéis passando por Jesus Cristo e Odin), com uma série de detalhes comuns, como segue através dos principais arquétipos:
(--> NOTA<-- Não existe ordem para nenhum dos elementos, somente que esses são os elementos mais comuns por ordem de representatividade, e, às vezes um personagem pode assumir mais de um papel):

1 - O Herói: Associação comum da figura que representa a pessoa comum - ou seja, o leitor/espectador.
O herói representa, não apenas o protagonista da ação, mas a humanidade e seus ideais, através de suas falhas e a busca pela redenção.

2 - O Mensageiro/Arauto: Representa a transição do ponto A (a apresentação do herói) ao contexto de mudança e ação. Pode ser uma pessoa, ação, objeto ou uma ocorrência. É o ponto de transição que muda a história da introdução para o desenvolvimento (Já conhecemos o herói, e com o arauto/mensageiro conhecemos suas motivações).

3 - O Mentor: A figura paterna/materna do autor manifesto como o guia entre os eventos. Sábio e humilde, normalmente o mentor tem todas as respostas e soluções, mas ele próprio não age, só assessora o herói.

4 - Os guardiões: São obstáculos, concorrentes ou vilões menores com o propósito de dificultar a obtenção do objetivo do herói. 

5 - O Trapaceiro: Apesar do nome, não necessariamente é alguém com más intenções ou algo do tipo... É mais como um personagem com o intento de causar confusão/bagunça, e servir como alívio cômico.

6 - O Coringa: Como a carta do baralho, o coringa é multi-função e propósito, e se ajusta/muda à configuração conforme a necessidade do desenvolvimento da história. Muitas vezes pula de uma função à outra da história a qualquer momento (dado momento é mentor em outro é guaridão e depois é trapaceiro).

7 - A Sombra: O vilão, a ameaça mór e definitiva. Quanto mais poderosa a ameaça da sombra (ou seja, a imagem negativa do herói - por isso sua 'sombra'), maior e mais incrível se torna o herói. É muito comum essa noção da sombra como uma anti-versão do herói, de maneira maniqueísta e simples (o herói é bom, o vilão é mau, o herói é sério, o vilão é comediante, e assim por diante).

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