Eu já tive um enorme mal gosto musical, durante boa parte de minha infância e adolescência.
Ouvia o comercial, consumia de litros de MTV, rádios como Jovem Pan e (sic) canais de televisão aberta. Nunca fui fanático, nunca comprei um álbum do Zezé de Camargo e Luciano, mas, não posso mentir e dizer que eu nunca gostei (não durou muito, graças a Rao, mas eu gostei).
Durante minha adolescência, entre os treze e dezoito eu tive uma longa fase de música brasileira, principalmente rock, e eu consumi muito Barão Vermelho, Legião Urbana, Titãs... Até que eu cheguei a Nenhum de Nós, e, principalmente, o Astronauta de Mármore.
Havia algo de especial naquela música sobre um homem contemplando as estrelas, que, "não era mais o mesmo mas estava em seu lugar", e, esse foi, sem sombra de dúvidas meu primeiro contato com Bowie.
Até porque não tardou - graças à internet - a descobrir a fonte e, passar então a buscar mais e mais do bizarro e estranho mundo das aranhas de marte, cães diamantados e mesmo pop oitentista.
A capacidade de se reinventar por si só é fascinante, mas Bowie foi além.
Bowie nasceu, cresceu e foi uma lenda em uma indústria que busca 'ídolos' e 'vozes' em pessoas bonitinhas e pasteurizadas que vão ajudar agências publicitárias, sendo Bowie um sujeito com dentes horrorosos, com sua característica heterocromia (os olhos de duas cores) e toda uma estrutura corporal que mais parecia de um alienígena que um ser humano (ao ponto que essa foi inclusive sua persona nos palcos por um período, como o Ziggy Stardust).
Ele abraçava a bandeira do esquisito. A bandeira de sua homossexualidade. Droga, toda e qualquer bandeira que quisesse.
Inspirou e inspirará ainda por décadas e décadas, pois o gênio nunca morre.
PS: Aproveito para mencionar o próximo 'Explicando o fim' em homenagem a Bowie, focando justamente em 'Space Oddity'.
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