"Presidente: O nome oficial do cargo é presidente do Governo Imperial Galático. O termo Imperial é mantido embora seja atualmente um anacronismo. O imperador hereditário está quase morto, há muitos séculos. Nos últimos instantes de seu coma, ele foi colocado num campo de estase, que o mantém num estado de imutabilidade perpétua. Todos os seus herdeiros morreram há muito tempo, o que significa que sem haver nenhuma convulsão política, o centro do poder se deslocou de forma simples e eficaz para escalões inferiores, sendo agora aparentemente atribuição de um órgão cujos membros antes atuavam como simples conselheiros do imperador - uma assembléia governamental eleita, chefiada por um presidente eleito por ela. Na verdade, não é aí que está o poder em absoluto.
O presidente em particular, é simplesmente uma figura pública: não detém qualquer poder. Ele é aparentemente escolhido pelo governo, mas as qualidades que ele deve exibir nada têm a ver com liderança. Ele deve é possuir um sutil talento para provocar indignação. Por esse motivo, o presidente sempre é uma figura polêmica, sempre uma personalidade irritante, porém fascinante ao mesmo tempo. Não cabe a ele exercer o poder e sim desviar a atenção do poder.
Com base nesses critérios Zaphod Beeblebrox é um dos melhores presidentes que a Galáxia já teve - pois já passou dois dos dez anos de seu mandato na cadeia, condenado por fraude. Pouquíssimas pessoas sabem que o presidente e o governo praticamente não tem nenhum poder, e, dessas pouquíssimas pessoas, apenas seis sabem onde é, de fato, exercido o verdadeiro poder político. A maioria das outras está convencida de que, em última instância, o poder é exercido por um computador. Elas não poderiam estar mais erradas".
Douglas Adams, Guia do Mochileiro das Galáxias, transcrito (na íntegra da nota de rodapé) do capítulo 4 - Inglaterra, 1978.
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