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19 de abril de 2014

Botando os filmes em dia - A fase 2 da Marvel

Assisti o "Capitão América - O soldado Invernal" na sexta-feira, e no embalo resolvi fazer uma mini-maratona com Thor: O Mundo Sombrio e Homem de Ferro 3 para completar os filmes da fase 2 da Marvel que já foram lançados - e que ligam para Vingadores 2: A Era de Ultron (ainda faltam Doutor Estranho e Guardiões da Galáxia não lançados).

Com relação a fase 1 (Homem de Ferro 1 e 2, Thor e Capitão América - O Primeiro Vingador - todos ligando até Vingadores), esta começou muito pior.

Homem de Ferro 3 é um filme imbecil, mau escrito e mau orquestrado, e que realmente me fez questionar muito do que a Marvel pretendia com o filme (estariam querendo desvincilhar o universo compartilhado, justificando assim que o vice-presidente agisse em conlaio com um grupo terrorista para assassinar o presidente? - enquanto a grande agência de investigações SHIELD fica de braços cruzados brincando de 'onde está meu tapa-olho'?). Há muito mais para dizer do filme (sério, a minha lista de reclamações é imensa, começando pelo ator mirim que é uma tentativa ridícula de diminuir o tom da série para apelar aos fãs mais novos - e nisso diminuindo a expectativa do QI coletivo dos espectadores nuns noventa pontos, com piadas de flatulência ou outros absurdos envolvendo um organização terrorista que vem explodindo gente há meses mas ninguém acha isso importante até um empresário começar a investigar)...

Foi uma aposta arriscada, na minha opinião. Shane Black fez alguns trabalhos interessantes - um deles inclusive com o próprio Robert Downey Jr, a ótima comédia de ação Beijos e Tiros de 2005, além dos roteiros de todos os Máquina Mortífera (exceto o 5 e 6)... Mas com mais de 1 bilhão de bilheteria, honestamente acho que a Marvel, a Disney e o Shane Black estão cagando pra minha opinião... Só que podia ser MUITO melhor.
Pô, é só ver a caracterização do Ben Kingsley como vilão (não fazendo pegadinha do malandro) pra entender do que eu estou falando (mas diga-se de passagem, fora o Kingsley e o Downey Jr o elenco de HF já viu dias melhores, hein?)

No outro lado do espectro, vem Thor.
Thor tem um elenco fantástico (Hopkins, o excelente Hilddleston sempre roubando a cena, a sempre competente Rene Russo, o brilhante Idris Elba e muitos outros que merecem nota), mas é difícil entender o que eles realmente almejam com o filme - e eu confesso que entendo isso.

Thor é um personagem difícil.
Quer dizer, o que ele é?
Além da preguiça mental de Stan Lee para criar o 452º personagem da semana para chegar às bancas na semana, os roteiros de hqs do personagem sempre padeceram de um enorme conflito entre a compreensão de onde termina o herói mitológico e começa o personagem da Marvel Comics (e mais que isso, motivos para usá-lo que não fossem mostrar que as grandes criações da editora, como Hulk, Homem de Ferro e cia eram lendárias a ponto de enfrentarem criaturas de mitos).

O "Superman loiro da Marvel' sempre foi uma criatura passiva - para mostrar que um soldado americano daria ordens a um deus e que a genialidade da ciência poderia derrotá-lo - e durante décadas das suas historias, o desenvolvimento sempre foi ralo e superficial (sério, ponte do arco-íris?).
A melhor caracterização do personagem veio por Mark Millar na hq 'Os Supremos', em que o personagem flertava constantemente entre a loucura, o absurdo e o alvo de escárnio dos demais membros de sua equipe (devido a seus nenhum pouco justificáveis feitos - que seriam alvo de tecnologia avançada, e não magia). E isso é de 2002...

No cinema há aquela enorme confusão e embromação em tentar justificar se ele é um alienígena (o que faria dele uma cópia muito descarada do Superman, além obviamente da estrutura do filme nos moldes dos filmes de Richard Donner, com o vilão tagarela que se acha muito mais esperto que seus planos realmente são, o interesse amoroso - de um amor pueril e inócuo - além dos muitos personagens de apoio que aparecem somente quando conveniente), ou se a mitologia e deidade nórdica fazem jus (o que seria incoerente numa América - e mundo - altamente cristãos).

Eu até acho que eles se esforçam bastante com o material existente, mas é difícil sem passar da confusão entre o que é e o que eles querem fazer...
O primeiro mesmo seria muito melhor se deixasse toda a situação da Terra como mero pano de fundo - ou nem isso. Asgard é belamente caracterizada, com um elenco soberbo e pode facilmente ser assunto de um ou vários filmes envolvendo o deus do Trovão.
Só precisa de um roteirista decente (Jason Aaron, é você?)

Por último em ordem de lançamento - mas primeiro na qualidade - Capitão América (impressão minha ou os pôsteres parecem seguir uma tendência?), realmente me surpreendeu.

Sério, eu nunca fui muito fã do banderoso, sempre achei chato enquanto personagem (até porque ele é o líder carola cuja personalidade deve representar os valores e bons modos do povo do Tio Sam). Tem lá suas boas histórias nos Vingadores e em sua série solo (principalmente a partir de Ed Brubaker), mas nunca esperei muito do personagem, tanto que só assisti o primeiro filme há uns dois meses atrás numa reprise na Fox ou outro canal (e achei bem fraquinho).

Mas esse filme é bem diferente.
Tem um tom interessante de ação e espionagem, tem um bom uso dos personagens secundários - inclusive os novos que vão sendo apresentados, como o Falcão ou a Agente 13 - conseguindo criar um clima de tensão conforme a história avança e fica difícil ao espectador entender quem são os verdadeiros mocinhos da história.

É aí que o filme perde um pouco do momentum, com uma visão política (que obviamente vai aparecer no filme de um sujeito que usa a bandeira dos EUA como roupa), e isso, pelo menos pra mim criou umas situações meio estranhas/estapafúrdias (até meio que tentando justificar todas as cagadas do governo norte-americano desde a segunda guerra como se fossem parte do plano mór de uma organização terrorista infiltrada - e isso é o máximo de spoilers por hoje).

Tem também a questão da exacerbação do poderio militar e glorificação do exército americano, mas ei, não é como se isso fosse exclusividade desse filme, certo?


Há uns bons ganchos para as sequencias - como a simples menção a Stephen Strange como alguém perigoso - e o final sobre a questão do Soldado Invernal ser capaz de sair do programa que lhe foi imposto, mas acho que o grande pecado do filme é se perder no elemento chave da história: Que diabos é a SHIELD?
Sério. Essa é a grande pergunta que me assolou cena após cena, sem entender como pode funcionar essa agência (o Redford agia em que papel para estar acima do Fury? Que merda é aquele tal 'conselho'?), mas é possível ignorar um pouco dessa questão considerando paralelos (SHIELD = CIA, Redford = Presidente dos Estados Unidos, Conselho = ONU), apesar de ser um pouco de forçação de barra e exagero.

Mas afinal de contas é um universo onde cientistas impedindo explosões de bombas atômicas gama ganham superpoderes, então 'exagero' e 'forçação de barra' são meio que obrigatórios.

Depois disso -e da entrevista de Nick Frost- até estou animado com Homem Formiga (taí uma frase que eu nunca achei que escreveria).

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