O quarto 237 e uma teoria maluca sobre "O iluminado"

Pra quem nunca ouviu falar, Room 237 é um dos mais interessantes e fascinantes documentários para explicar o máximo de detalhes e as coisinhas sobre a virgulinhas que podem se perder na leitura do filme de Kubrick, e, antes que precise dizer algo, de nada: http://putlocker.bz/watch-room-237-online-free-putlocker.html 

Do genocídio indígena (por um objeto numa dispensa) ao holocausto (representado por uma máquina de escrever - e o número 42) passando por imagens subliminares contando uma história sobre sexualidade... O filme de um gênio entediado que de maneira geral contextualiza como se faz uma obra-prima que merece ser analisada e revista, Room 237 traz muito do que faz de O Iluminado um filme maior do que sua própria história, seu próprio contexto e até mesmo seu(s) criador(es).

E é justamente o fato que o filme não segue a estrutura do livro de Stephen King que temos algo muito maior (King, como é comum a seus livros, flerta muito mais com o sobrenatural ao ponto que é evidente que se trata disso, Kubrick, por outro lado, fornece pistas de que há muito mais que mero sobrenatural - talvez loucura coletiva, ou a 'febre da cabana' mencionada ao começo do filme).

Mas talvez ainda seja sobre um ponto no universo em que o tempo sangra e se colapsa, e justamente por isso faz com que pareça que todo o tempo aconteça - ao menos naquele ponto, o Hotel Overlook, e ao redor do quarto 237 (a chave de todo o segredo do universo) - o tempo se solapa e passa a agir simultaneamente.

Por isso Jack Torrance está ao mesmo tempo em 1980 e ao mesmo tempo em 1921, ou os outros momentos que vemos e revemos (como os rios de sangue dos assassinatos de índios na região antes - e até durante - a construção do hotel), além de todas as outras coisas estranhas e cenas aparentemente desconexas - assim como os 'furos' (a cadeira que desaparece na mudança de cenas).

Não é apenas sobre loucura, sobre os gritos psíquicos e sobrenaturais... Mas algo de ficção científica, do Matadouro 5 de Kurt Vonnegut, com o tempo se dilatando ao redor de um ponto específico - e por isso perdendo sua coesão ao redor deste ponto.

Mas isso é apenas uma teoria...