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31 de julho de 2025

{Resenhas que saem do muro} South Park de quinta

Você deve ter vistos as imagens, e talvez até o primeiro episódio da vigésima sétima temporada de South Park após um longo e complexo processo de renovação de contrato (após uma série de problemas de bastidores que eu honestamente não acho relevantes ou me importo em saber em mais detalhes) além de uma gigantesca fuuuuuusão entre a empresa que exibe a série no streaming para o mundo todo (e, que recentemente anunciou o cancelamento do programa de Stephen Colbert - apesar de índices de audiência - para agradar o governador dos Estados Unidos, Donald Trump).

Existe mais para essa história - com a situação do programa jornalístico 60 minutos, processos ao Wall Street Journal por exibir uma matéria que vincula claramente o Taco extra laranja com o pedófilo notório Jeffrey Epstein e uma propina gigantesca covardemente paga pela companhia que é dona de South Park antes da renovação (multimilionária) dos direitos de renovação para a nova temporada do seriado - e, nesse cenário os criadores do show resolveram tirar as luvas de pelica e sair do muro em que ficaram desde pelo menos 2016 com a primeira eleição do laranjão (ainda que, verdade seja dita, eles acreditassem que Trump perderia - e não apenas no voto popular).

O primeiro episódio da nova temporada claramente mostra Trump como o preisdente e nada mais daquela bobagem do senhor Garrison com maquiagem laranjada, e não é uma versão do cara - é a foto dele como fizeram com Sadam Hussein nos anos 1990, e, como Sadam, ele também está em uma relação amorosa com o diabo, aparecendo frequentemente na cama com o mesmo...

E, olha, enquanto eu acho que esses caras tirando sarro do Trump não só é algo necessário e importante (ainda mais quando todo mundo mais parece acovardado e aceitando como natural um comportamento submisso e passivo preferindo pagar propinas mesmo quando do lado certo e justo ao invés de arregaçar as mangas e lutar - porque afinal de contas um pedófilo laranja é muito mais poderoso que todo um país ao que parece), eu confesso que não vejo como algo moderadamente corajosa ou sequer bravo como eu percebi a resposta comum na mídia corporativa ao assunto.

Mas, em um mundo que o Quarteto Fantástico ou o Superman são filmes wokes porque retratam pessoas sendo gentis em meio a todo esse discurso da terrível mensagem de 'corrupção social' como a galera da direita quer te vender, um show desafiar um idiota semi analfabeto cujo cérebro está definhando pelas últimas três décadas pra dizer o mínimo (ainda que não fosse lá grande coisa para começo de conversa) de fato até parece um ato de coragem ainda mais quando vem dos mesmos sujeitos que passaram quase duas décadas com uma picuinha mesquinha com o Al Gore por ter vencido um Oscar que eles não conseguiram, e, que, sabe, também tentaram normalizar todo o comportamento de Trump durante o primeiro mandato e os anos subsequentes - mas, é, importante mesmo era tirar sarro do Al Gore.

Sei lá, não me motivou a voltar com South Park depois de anos longe, e nem achei tão interessante ou inteligente (por mais que de fato exista uma série de críticas bem colocadas como o sequestro que a direita faz de Cristo sem entender sua mensagem e basicamente tudo e qualquer comentário sobre Trump), ainda que as repostas da Casa Branca sejam até mais hilárias que o programa e me façam pelo menos querem que eles continuem o resto da temporada fazendo com que esse primeiro episódio seja só uma pequena e minúscula amostra do que pode vir (ainda mais quando não chegaram perto de cobrir o Garbage Pail Vance ou o escândalo ridículo do Signal ou, bem, qualquer assunto que não o novo amante do Satanás)... 

Só que me parece só um negócio mesquinho e sem uma real mensagem.

E meio tarde demais. Talvez um ano atrás esse mesmo episódio faria alguma real diferença ou eu olharia com olhos bem melhores que, o que eu realmente vejo...

Ainda mais porque eu não duvido que logo logo a Paramount tire do ar e o negócio todo ganhe mais gás pela polêmica de ser um episódio proibido - como foram os episódios 200 e 201 com a imagem de Maomé - sem de fato se importar com a qualidade e bons episódios.

Ao final da temporada, quem sabe eu não volte a reexaminar essa minha análise. 

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