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19 de junho de 2025

{Resenhas Contagiantes} Yu Yu Hakusho - Yoshihiro Togashi

Depois de ler tanto Yu Yu Hakusho quanto Dragon Ball (e no caso dos dois eu li os finais somente depois de assistir às animações integralmente), eu confesso que tenho maior carinho pela primeira.

Dragon Ball é um material fascinante e algo que todo mundo que gosta de narrativa deveria ler, com sua estrutura que progride gradualmente ainda que de maneira lógica, agregando novos e maiores desafios a cada capítulo, ao mesmo passo que apresenta novos personagens (e, em alguns casos, todo um elenco novo para a condução do novo arco), sem perder foco, sempre mantendo um tom leve e descontraído.

No entanto, os personagens de Dragon Ball são em sua maioria vazios ou unidimensionais, sem muito espaço para uma caracterização maior e mais detalhada (inclusive com alguns personagens que simplesmente somente no cenário como covardes ou patéticos - como Chaos ou Yamcha).

E esse é o aspecto que diferencia as duas séries, principalmente. Yu Yu Hakusho desenvolve seus personagens com maior destaque, e lhes dá mais espaço para crescer, inclusive vilões e personagens secundários. Na verdade, os vilões são muito melhor desenvolvidos e trabalhados (ainda que existam aqui e ali os vilões genéricos que tem motivações bobas como dinheiro, mulheres, iates, mulheres...), enquanto os protagonistas tem toda uma vida além das lutas.

A mãe de Kurama se casa em um dos volumes mais tardios, enquanto Kuwabara que era o valentão desmiolado termina a série fazendo faculdade e, droga, quase um adulto responsável. 

Mais até que isso, a série começa num ritmo bem diferente - mais parecida com o caso da semana de algum material detetivesco em que Yusuke enfrenta alguma ameaça sobrenatural qualquer - até que torneios e antagonistas em lutas que definem todo o futuro da humanidade (sabe, como Dragon Ball).

Curiosamente, o começo da série me fez lembrar mais de Dan Da Dan com ameaças que tem um tom bem mais coerente e humana, afinal os fantasmas são em sua maioria humanos que não fizeram a transição para outro plano de existência.

E, ainda que seja uma extrapolação de minha parte, eu acho que esse é o rumo que o criador queria para a série, e é inclusive um dos motivos pelos quais o final abandona um novo torneio gigantesco que mudaria tudo para que o protagonista Yusuke cresça e deixe de lado a vida de lutador (montando uma barraquinha de miojo enquanto soluciona casos sobrenaturais esporadicamente).

Formando um final melancólico em partes pelo potencial que se perde, mas em grande parte pelo que representa numa mudança rumo a vida adulta, abandonando fantasias e aspirações infantis e tolas para seguir com a vida com um sorriso contagiante, e talvez nada mais.

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