Publicado entre 1959 e 1960 na revista Pilote com roteiros de René Goscinny e arte de Alberto Uderzo e depois compiladas em um encadernado em 1961 com o nome de Asterix, o Gaulês, e, se tornou um sucesso na França e no mundo nas décadas seguintes, e, no Brasil a Record publica o material desde 1983, com essa reedição em compilando três volumes com capa dura.
A comédia de Asterix não é nada para se escangalhar de rir, mas, no geral é bastante bem escrita e competente, sabendo criar situações humorísticas (inclusive no cenário) ao mesmo tempo que consegue brincar com o gênero histórico lidando com retratos bem menos heróicos e engrandecedores de figuras proeminentes do Império Romano.
Primeiro de tudo eu tenho que deixar transparente que eu tenho zero nostalgia pelo material e fui ler já adulto. Talvez funcione melhor para crianças (e eu tenho 90% de certeza que é o caso - como a Turma da Mônica) ou adolescentes, principalmente pela narrativa mais simples e, muitas vezes até pueril. Tudo se resolve em 50 páginas, nenhum ressentimento, nenhuma grande desilusão, tudo certo para a próxima aventura sem qualquer desenvolvimento mais robusto tanto na história como para os volumes seguintes (diferente tanto de Blueberry que eu comentei semana passada como Tintin que vai apresentando novos personagens e relacionamentos conforme as histórias avançam).
Não sei dizer se no volume 10 da série há alguma grande guinada até porque com o tempo e o sucesso talvez os criadores passassem a produzir estes volumes de maneira diferente mas vou avaliar o que eu li e pelo que eu li.
E, enquanto eu confesse que é bastante competente e eu genuinamente tenha gostado das primeiras edições, eu tenho que dizer que não entendo o apelo. Quer dizer, ao menos não entendo o apelo pelo preço praticado, porque claramente não é algo sofisticado e refinado que valha 200 pratas por pouco mais de 150 páginas...
O material é muito bem desenhado, o roteiro é inteligente (ainda que, com três edições consecutivas a gente já entende que em todos os demais volumes o material dificilmente vá apresentar surpresas ou fugir do que consta nessas edições). Então porque diabos ele é tão caro...? Eu não entendo.
E tudo aponta para a forma de produção europeia que foge da estrutura corporativa estadunidense ou japonesa (de produção mensal em massa para compilação em volumes), uma vez que a publicação em revistas como Pilote para eventuais republicações são produzidas com tiragens menores, mais próximo da produção literária.
Mas nada me explica porque custe tanto (até porque os volumes individuais em capa cartão que a Record publicava antes não eram tão mais baratos custando na média 40-60 reais por volume).
Vale a leitura, sim, mas eu recomendo ou aguardar alguma promoção ou buscar qualquer meio mais Iarr-Rarr de chapéu de palha ou algo parecido...
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