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10 de abril de 2020

{Resenha de sexta} Revisitando o baú

Com a quarentena e um bocado de tempo (livre) em casa, eu acabei resolvendo revirar minhas coleções e ver o que eu ainda quero salvar, o que pretendo doar/vender/atear fogo e o que vale a pena guardar por qualquer motivo que seja.

Minha coleção tem um bocado de material que foi se juntando com o passar dos anos mesmo com algumas doações e vendas a sebos para reduzir pelo menos um pouco o material que fica entulhado, mas sempre acaba sobrando muita coisa que não agrega muita coisa, que não vale a pena revisitar ou que a gente guarda mais por valor sentimental que por realmente ser algo interessante. Aqui vão alguns exemplos (somente de quadrinhos):

Como a minha edição de Batman 1 da Abril (não é a primeira publicação da Abril, é o volume que traz A Queda do Morcego), e, meu, esse negócio é terrível por tantos motivos...
Pra buscar de volta da coleção você vê o quanto o material era conduzido porcamente, afinal essa edição começa com o décimo sexto capítulo da saga A Queda do Morcego, afinal a editora lançou quase um ano antes uma OUTRA série (Liga da Justiça e Batman) e os primeiros capítulos em ainda outra revista (Superpowers 32 de 1994)... Além de uma mini-série em formato americano de 1993 (A Espada de Azrael), ao contrário de TODOS os demais lançamentos em formatinho.
Mas porque isso é tão ruim? Cara, é difícil de iniciar - talvez por não ser o início propriamente dito e por requerer tanta pesquisa e alternância entre títulos para formar a coleção toda - mas é necessário destacar a quantidade de cortes que a Abril fez para encaixar oito edições em 164 páginas (eliminando ao menos dezesseis do total do original), e não importa muito qual o ângulo que você tente observar o material, ele vai ficar confuso pra caramba...
Eu até lembro das linhas gerais, mas, ter que ficar revirando por outras séries para uma funcionar fica difícil...

Não foge muito de outra publicação da Abril, Fabulosos X-men - que começa pela edição OITO da nova série de Jim Lee iniciada em 1991 - mas ao menos no caso dos X-men não há edição, páginas cortadas ou qualquer coisa do tipo. Só é meio idiota, tal qual o parágrafo anterior, que as histórias cruzem vários títulos, mesmo que isso seja mais culpa da Marvel que da própria Abril (que não ajudava muito também, mas...). Tudo bem que eu comprei o volume em capa dura de Gênese Mutante (que eu recomendei como leitura na quarentena) e li na mesma toada ao que estou continuando a leitura de X-men dessa fase. É algo estúpido com o propósito de mostrar mulheres de maio (ou bikini) no máximo de quadros e cenas de ação absurda então não é exatamente um primor do que tange roteiro - e nem precisa.
Diverte e ajuda a distrair...

Eu achei algumas coisas mais antigas também, quadrinhos avulsos da RGE que eu tenho (que acabei achando em sebos as edições 21, 22 e 23) como umas hqs do Homem Aranha que trazem o Bug Aranha (sim, isso existiu) e a fantástica história em que o Doutor Octopus se casa com a Tia May (sim, isso aconteceu). Esse material eu guardo mais por, bem, guardar do que qualquer coisa. As histórias não são particularmente boas, nem as revistas excelentemente conservadas (eu acredito que paguei R$1,00 em cada uma delas no sebo), mas é aquela particularidade curiosa de ter um material mais antigo mesmo.

Da Turma da Mônica da Globo, no entanto eu não guardei quase nada.
Cheguei a ter muita coisa da turminha e era um leitor assíduo das histórias do Maurício até uns doze ou treze anos mais ou menos, mas chego um momento em que eu decidi desfazer de (quase) tudo doando para uma biblioteca de escola que uma tia dá aula... Meu irmão até hoje reclama disso...
Mas ficou pra traz um almanaque de férias, sei lá eu porque cargas d'água.
Até tentei comprar algumas revistinhas mais recentes, mas o material não clica mais. Não consigo ler Turma da Mônica hoje em dia, seja por qualquer motivo nostálgico ou seja pelo que for, e confesso que não sei porque. Simplesmente não vejo graça...

Do mais tem um bocado de coisa da Panini que eu peguei pra reler e decidir o destino.
Enquanto tem coisa na ordem e bem certinho (como o Arqueiro Verde do Kevin Smith e que depois continuou saindo direitinho em arcos da DC Especial), tem uma bagunça e samba do criolo doido geral em Superman (com os títulos do Superman e Mulher Maravilha) ou LJA (a série que trazia Liga da Justiça, Flash e Lanterna Verde).
A Panini assume os títulos da DC lá por meados de 2002 depois que a Abril perdeu os direitos da Marvel (um ano antes mais ou menos, pra mesma Panini) e os títulos voltam mais ou menos no mesmo ponto em que a Abril tinha parado.

Pra alguns títulos funciona, pra outros nem tanto. Na Mulher Maravilha, por exemplo, tem um bocado de pulos e omissões nas histórias da Abril (como o fato que a personagem tinha morrido, sendo substituída pela própria mãe, Hipólita por um bom tempo), e mesmo o que foi publicado acaba meio fora de ordem e confuso (como o Flash do Geoff Johns, que a Abril pulou o primeiro arco no mundo dos espelhos). A Panini nesse começo tumultuado e sendo, bem, a Panini simplesmente resolveu manter a marcha e tocar pra frente, pulando o que a Abril tinha pulado e tentando estabelecer uma lógica e cronologia dali pra frente (ignorando quase tudo da Sociedade da Justiça até o retorno do Gavião Negro, na edição 22 do título)...
Acaba com o mesmo problema da Abril dos parágrafos anteriores (ruim pra começar a leitura sem saber o contexto do que aconteceu ou vinha acontecendo até ali).
Para o que saiu de história completa ou fechada ainda funcionou bem, mas para as séries que foram continuadas de onde a Abril parou, é fácil se perder hoje tentando reler (até porque eu me desfiz das revistas da Abril desse período e nem por milagre me lembro do que foi que causou o sumiço de Aquaman que contextualiza as histórias da Liga da Justiça nesse período).

Serve pra ver como minha forma de consumir quadrinhos mudou também.
Hoje eu prefiro comprar menos quadrinhos (mesmo que às vezes pagando mais caro) com histórias fechadas ou ao menos fechadas em seus próprios títulos (como o Flash do Geoff Johns, com os encadernados que trazem as primeiras histórias puladas pela Panini e dali pra frente).

Vale o passeio pela memória que ajuda a rememorar esses meses e dias em que eu comprava os quadrinhos e o que estava acontecendo (e mesmo eu o que estava vivendo e sentindo) na época.

Um bom feriado para todos!

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