Um seriado com Julia Roberts criado pelo mesmo cara de Mr. Robot (que colecionou vários e vários prêmios nos últimos anos) é fácil de se especular que a Amazon (ou Prime Video) conseguiria finalmente chamar a atenção para seu sistema de streaming com chuvas de resenhas elogiosas, indicações a prêmios e propaganda boca a boca gratuita mesmo...
Bem, o fato que o seriado saiu meio na surdina (eu mesmo não vi uma única propaganda ou recebi e-mail avisando que estava disponível MESMO sendo assinante do prime) e mesmo grandes veículos de entretenimento, incluindo resenhadores do youtube, comentaram muito sobre o material ajudam a perpetuar uma ideia de que o material não está no patamar das dezenas de prêmios e indicações recebidos pelo outro seriado de Sam Esmail mas assistir ao primeiro episódio somente é o suficiente para justificar porque.
De primeiro vem a estranheza nas escolhas - como as diferentes câmeras para justificar momentos diferentes dos personagens - ou do mistério - que não chama a menor atenção - ou mesmo da atuação que parece bastante engessada em diversos momentos e fica ainda pior com um roteiro pouco natural ou coerente - a cena em que Stephan James (Walter Cruz) conta uma longa e entendiante história sobre o filme Titanic para a Julia Roberts (Heidi Bergman) que ri copiosamente vem à mente para ilustrar bem isso.
Mas depois o negócio vai avançando e a história quer abraçar dois períodos distintos, dois conjuntos distintos de personagens e uma série de nuvens (pois os personagens não sabem ou se lembram do que ocorreu) sem em momento algum apresentar uma trama interessante para qualquer um destes períodos.
Sim, existe uma organização estranha e sinistra oferecendo tratamento para soldados. E?
Existe um agente investigando a organização estranha e sinistra e o que aconteceu cinco anos atrás - se deparando constantemente com becos sem saída... E?
O seriado não oferece motivos para se importar com os personagens ou a trama e isso só piora conforme avança (ou não, afinal o agente se depara com mais e mais becos sem saída...), em convolutas teias de aranha que, sinceramente, não valem a pena desbaratar.
Fraquinho.
Nota: 4,0/10
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