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4 de outubro de 2018

{Resenhas de quinta} Wolverdose 2 - A Missão!

Ano passado a Panini publicou a primeira leva de coleções históricas Marvel do mutante canadense e eu fiz uma resenha dos quatro primeiros volumes (aqui).
Pra resumir essa fase do personagem ele está em uma ilha chamada Madripoor no pacífico, o mundo o considera morto (por alguma justificativa convoluta da série titular dos X-men) e ele age nas sombras como "Caolho" lidando com a corrupção, violência e demais problemas da ilha.

É uma fase de histórias bem pé no chão (na medida do possível) com os maiores problemas sendo coisas mais tangíveis que o vilão mascarado da semana. É a corrupção da ilha de Madripoor que forma um sistema em que existam várias realidades conflitantes e uma criminalidade abundante, e tudo isso sirva de fio motriz para conduzir a história do protagonista...

E isso segue até o final do volume 5, que é o primeiro dessa Wolverdose. A partir do volume 6 os autores simplesmente chutam o pau da barraca e dá-lhe viagem no tempo para Wolverine combater nazistas na Guerra Civil Espanhola (é isso mesmo) ao lado de Ernest Hemingway (é, também).

A partir do sexto wolume (também tô com vergonha) a mudança mais drástica se dá na qualidade
artística suplantando em volumes a qualidade narrativa, mas infelizmente é aquela 'arte' dos anos 80 com mais ênfase em trazer do nada alguma gostosona para a história e produzir imagens que inspirarão pôsteres e camisetas do que realmente criar algo interessante visualmente.
Isso é obra de Marc Silvestri, mas é direta influência do que movia os quadrinhos na época - com os X-men de Jim Lee vendendo milhões e quebrando recordes e mais recordes sem precisar de mais que heroínas de bikininho.

Mas em partes é culpa do parco roteiro de Larry Hama que vai se afundando mais e mais em absurdos convolutos e idiotas. Como a criação de um androide super inteligente que fala como o Cebolinha...

Quer dizer, ele também é o autor da 'brilhante' história que traz as viagens no tempo para a guerra civil espanhola, e, mesmo em seu arco de estreia que é a última história que sequer se importa ou menciona Madripoor - e cérebros de macacos sendo usados para criar drogas mega poderosas (e, talvez você tenha pensado que, num nível bem tangente isso POSSA ser alguma ALUSÃO a Aids que surgiu dos macacos e tinha a ligação da transmissão graças ao compartilhamento de seringas usadas no consumo de drogas, mas isso é dar crédito demais para o Larry Hama).

Mas é com Elsie Dee que a coisa realmente atinge os níveis mais baixos - que fazem até o monstro alienígena feito de cocaína pareça uma obra de gênio...
Como dito antes, Elsie Dee foi criada para parecer com uma criança de 5 anos, e, para isso ela fala errado (trocando erres por eles como o Cebolinha), mas a questão é que ela não FALA como uma criança, com frases elaboradas e complexas com eles no lugar de erres. Droga, a menina configura um modem em 1991, enquanto boa parte da população era incapaz de configurar um VHS...

A menina androide que faz parte de um convoluto e estúpido plano para destruir Wolverine (por algum motivo), que envolve um clone robótico do Wolverine (também por algum motivo) para assaltar bancos (sim, também por algum motivo eu suponho), sendo que a menina foi construída para ter a inteligência de uma criança de cinco anos e o corpo feito de explosivos em cada parte não essencial.

Se isso parece idiota, bem, é porque você não leu o arco...

Ele envolve também o Dentes de Sabre surgindo do nada no esgoto (ah, é, o Wolverine cai no esgoto em dado momento depois de ser atingido por um avião stealth no topo do World Trade Center), dizendo que é o pai de Wolverine (tan dan dan) enquanto Elsie Dee encontra Cable também no esgoto (tan dan dan) e os Morlocks (que moram no esgoto) fazem uso de intrincadas armadilhas (lógico) para não morrerem afogados, afinal há uma tempestade torrencial.

No fim não tenho nem pique de ler o volume 8 que termina a coisa toda...
Até porque, com a chegada de Larry Hama e o fim do arco de Madripoor, Wolverine passa a ser mais um título X e menos seu próprio título. O contexto a que ele pertencia é menos importante que o vilão do mês que ameaça os X-men, ou alguma história idiota que se passava nos diversos 999 títulos X na época (que eram a galinha de ovos de ouro da Marvel).

Ignoram tramas (como toda a história da Tigre, do príncipe Baran o mesmo do General Coy e a Karma) que poderiam render boas ramificações para contextualizar como a Spiral ou Mojo (droga como eu odeio Mojo) precisam aparecer no maior número de títulos porque alguém perdeu uma aposta...

Fraco. Beeem fraco.

Volume 5 - 5,5
Volume 6 - 5,5
Volume 7 - 3,0

{POST EDITADO} Faltou um ponto - As paninices da edição.
Pra quem não conhece bem a editora italiana que publica os quadrinhos Marvel, DC e da Turma da Mônica no Brasil, bem, é a Panini.
E enquanto milhas a frente de tudo que a Abril já fez na vida, ainda é cheia das suas cagadas que incluem a publicação da 'Liga da Jusiça' e inúmeros (e inúmeros) erros de tradução que são bem fáceis de se achar com uma simples pesquisa incluindo 'erros de tradução da Panini' no Google. Isso, para fãs de quadrinhos virou as 'paninices'.

Ainda que as cagadas não sejam gritantes e assustadoras no que tange tradução (bem, talvez na parte da Elsie Dee, mas, sinceramente duvido que no original seja melhor), mas no que tange a parte editorial... MELDELZ.
Parece que cada edição foi planejada e estruturada por equipes diferentes que queriam fazer seu projeto diferentes - e mostrar que o deles é melhor e superior ao dos demais.

Uma edição traz todas as capas antes de cada edição (acho que a sétima), outra não tem a numeração nas páginas (acredito que a quinta) e outra não traz todas as capas das edições...
Não faz muito sentido que cada edição tenha uma estrutura diferente por volume... Ainda mais com a ausência de número das páginas em um dos volumes...

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