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1 de maio de 2018

{Editorial} Like é dinheiro!

Eu fiquei bastante espantado nas minhas férias quando vi, entrando nas várias livrarias pelas quais passei, a quantidade de livros (termo que uso do modo mais coloquial possível, afinal não estou tratando da qualidade e sim do formato) de celebridades (vide parênteses anterior e substitua as palavras necessárias para adequar o sentido) do youtube.

Não que seja particularmente um fenômeno surpreendente (ainda que curioso e bizarro... Porque livros? Sério porque não lançar seus 'melhores momentos' em dvd ou algo igualmente bizarro e idiota?), mas me parece mais uma forma de consolidar ou validar sua 'fama' através de algo mais atemporal que a frugalidade de sua fama entre os bits e bytes.

Afinal um vídeo é popular por um tempo mas quanto tempo leva para surgir outro tão ou mais popular quanto? Quem ainda lembra daquele cantor coreano com sua dancinha esquisita?

Curiosamente, o que vejo nesta era em que surge e desaparece como uma onda cada vez mais veloz a mais nova leva de material para demandar nossa atenção (seja o novo show popular que todo mundo está discutindo ou o novo filme que vai mudar todo - ou metade - do universo, ou o novo livro ou...) e isso segue uma estratégia que a internet vem dominando com maior destaque.

Não surgiu com a internet a cultura do 'like', diga-se de passagem.
A internet monetizou o 'like', os 'comentários' e outros sistemas de métrica para debater o quanto um assunto é relevante (o que é absurdo, diga-se de passagem), mas essa métrica de uma forma ou outra sempre existiu... Com a tiragem de uma revista ou livro, com os discos de ouro ou os números de audiência.

Sempre se mensurou de uma forma ou outra a popularidade de um material com alguma base incompleta e nada concreta.
Um vídeo com muitos likes pode até garantir maior receita para o usuário que o postou, mas o que isso diz sobre sua qualidade efetivamente?
De novo, a tiragem do livro tampouco dizia (quantos grandes autores morreram não publicados e mesmo em suas primeiras tiragens mal passaram de algumas cem cópias?), mas um grande autor continua a existir mesmo centenas de anos depois.

Ainda discutimos Dom Quixote mais de quatrocentos anos depois. Quanto tempo você acha que alguém vai se lembrar da mais nova celebridade do youtube com dois milhões de inscritos em seu canal?

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