Nota: 9,0/10 |
Sim o filme é espetacular e é tudo que James Franco queria ser capaz de fazer com seu Artista do Desastre (mas não conseguiu parecer genuíno, ou simplesmente teve a mínima competência para fazê-lo - e vendo o filme de Margot Robbie eu realmente acho que a nota dada ao outro filme foi muito generosa) e de mesma maneira eu acho que James Gunn também poderia aprender uma coisa ou duas sobre como melhor integrar imagens e música.
Dito isso, Margot Robbie é um monstro e demonstra toda a gama de seu talento passando por uma diversidade de emoções em segundos. Ela vai e permeia pelos extremos de uma pessoa que em dado momento é vítima e no seguinte o monstro, sem perder sua atitude durona (mesmo quando tenta demonstrar um exterior mais calmo e delicado).
Sim, o talento não é só dela. O filme constrói e muito na extraordinária performance de Allison Janney (ao ponto dela receber um merecido Oscar de melhor atriz coadjuvante), mas a direção de Craig Gillespie e o roteiro de Steven Rogers merecem muitos elogios também.
O filme tem uma árdua tarefa de trilhar por um campo minado em meio a areia movediça (o filme lida com abuso em diversas momentos e a violência é um ponto comum pela narrativa) mas consegue lidar com essa tarefa de maneira inteligente, sendo capaz de quebrar a quarta margem de modo a deixar claro que, bem, a história não segue exatamente como aconteceu e algumas dramatizações se seguem para efeito de criar uma narrativa coesa para fins de entretenimento.
Mas de novo, o filme não tenta advogar ou mesmo apontar o dedo ou acusar e defender ninguém. O filme entende plenamente que é um filme e se atreve a contar uma história (difícil) compreendendo que é uma história (difícil) com várias perspectivas e narradores pouco confiáveis.
Enquanto trilhando por algumas das perguntas difíceis que nós enquanto audiência devemos nos fazer (e, bem provavelmente, nunca nos demos ao trabalho).
De negativo, e eu nem sei se é um negativo mas, eu achei algumas das cenas em que os efeitos especiais pululam (principalmente quando alguma atriz, seja Robbie ou as versões mais novas de Tonya tem de fazer alguma acrobacia no gelo e fica claro que foram substituídas digitalmente). Não que eu esperasse que elas fizessem suas próprias acrobacias ou algo do tipo (francamente mal esperava ver qualquer acrobacia), mas em alguns momentos a coisa toda ficou estranha, e pra mim quebrou um pouco o ritmo da trama.
Não são tantas vezes que aparece e na maioria é bem discreto, e nem compromete o filme em si, mas é um negativo.
No fim é um filme espetacular e que vale muito a pena ser visto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário