Pqp, Geoff Johns.
Eu juro que eu dei uma chance a essa ideia por menos que me apetecesse (e eu tenha suportado a tentativa anterior em 2012 mesmo com seus variados graus de sucesso - ou seja, uma ou duas mini-séries suportáveis e o resto intragável), e, dadas as circunstâncias do excelente trabalho do Tom King e Joshua Williamson no crossover do Batman com o Flash nas edições 21 e 22 (de ambos títulos no arco 'O Botton' - the button no original, mas ressaltando que é mais para um botton desses de camisa, que é a referência daquele botton com a carinha sorridente, que para um botão), eu até que cheguei a pensar que a DC não ia cagar em uma de suas obras máximas.
O trabalho de King e Williamson é mais tangente que diretamente uma forma de integrar Watchmen e DC, então o que poderia dar errado?
O trabalho de King e Williamson é mais tangente que diretamente uma forma de integrar Watchmen e DC, então o que poderia dar errado?
E na primeira maldita página já vem um recordatório estranho, com um texto se esforçando demais para emular o estilo de Moore na composição do psicótico Rorscharch - mas passa tão longe da marca que dá até dó - mas vamos lá.
Aí vem uma série de anacronismos (a história se passa em 92 e já estamos falando de União Europeia... Em colapso?) com reflexos do cenário atual reverberando numa continuidade à história de 85 (presidente jogando Golfe enquanto as tensões aumentam na Coréia do Norte - e pera um pouco... Coreia do Norte num mundo com União Soviética?)... E vamos lá ainda pode me surpreender, certo?
Até que vemos Rorscharch (claro, porque não) e que Adrian Veidt realmente abraçou aquela aura de vilão psicótico (claro, porque não) com seu gato mutante no colo imitando um vilão de Bond (e, sim, o gato que morreu no final da série original)... E tudo bem que a série deixa claro que não são nem Bubastis nem o Rorscharch da série de Alan Moore, mas não deixa exatamente claro pra que trazer estes personagens de volta... Ou qualquer motivo para tornar isso relevante ou interessante. Só estão lá.
Ah, e, em dado momento numa fuga de prisão a série apresenta o Coringa dessa realidade.
Sim, esse foi o momento que eu perdi toda e qualquer esperança.
Pra mim qualquer resquício de dignidade que poderia residir nesse trabalho (que, francamente já não demonstrava ser promissor em nenhuma fronte até ali) morre com uma ideia tola pra ao invés de convergir uma história de maneira natural e orgânica, simplesmente força um crossover idiota mostrando paralelos mesmo onde eles não existem (como com esse caso de criar um personagem somente para mimicar o Coringa da DC), e com isso ignorando qualquer premissa simples.
Nisso fica claro que a outra personagem feminina (que é a esposa do 'coringa') é justamente a Arlequina, mas, de novo, pra que?
Nisso fica claro que a outra personagem feminina (que é a esposa do 'coringa') é justamente a Arlequina, mas, de novo, pra que?
Não empolga, não apresenta nada novo e francamente não mostra porque diabos seria uma boa ideia ligar Watchmen ao universo tradicional de heróis da editora.
É meio como tentar fazer um crossover de Hamlet com Sherlock Holmes: Na teoria é idiota, não existe qualquer motivo lógico para fazê-lo (talvez se Sherlock for examinar o assassinato do pobre Yorick) e a menos que exista um argumento incrivelmente bem consolidado o negócio desmorona antes mesmo do final da primeira página ou cena (se for uma peça).
É meio como tentar fazer um crossover de Hamlet com Sherlock Holmes: Na teoria é idiota, não existe qualquer motivo lógico para fazê-lo (talvez se Sherlock for examinar o assassinato do pobre Yorick) e a menos que exista um argumento incrivelmente bem consolidado o negócio desmorona antes mesmo do final da primeira página ou cena (se for uma peça).
Francamente vejo bem pouco potencial para isso acabar rendendo algum caldo, mesmo que as páginas finais emulando o estilo de Watchmen de trazer algo diferente (nesse caso recortes de jornal) sejam uma boa sacada para contextualizar o que se deu entre os eventos da aclamada série de 1985 vencedora de diversos prêmios, inclusive sendo considerada uma das obras pivotas do século XX por revistas como a Time e... bem, isso aqui.
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