Eu cresci com jogos de luta por uma série de motivos.
Eles eram bastante populares na década de 90 (com Street Fighter 2 e Mortal Kombat consumindo toda e qualquer ficha que a molecada do bairro pudesse juntar), e vários de meus parentes também gostavam deles ao ponto que nos reuníamos para torneios de Street Fighter, então o segmento sempre teve um espaço especial no meu coração mesmo que eu nunca tenha me esforçado em aprender e dominar cada combo e super poder (e, francamente mal tenha a coordenação motora para uma série deles).
Quando a Capcom (de Street Fighter) se aventurou a lançar jogos com personagens da Marvel eu esperava que fosse uma questão de tempo para que um bom jogo com personagens de quadrinhos viesse... Mas ele não veio.
Sim, sim, vieram jogos divertidos e frenéticos como o Marvel vs Capcom (cheios de luzes piscantes e combos devastadores) mas com uma história rasa e pouco imaginativa em cada iteração. Aí veio DC vs Mortal Kombat e, bem, é mais fácil ignorar como todo mundo mais fez...
Mas pelo menos dessa empreitada veio a oportunidade para o estúdio Netherhealm de Mortal Kombat desenvolver um jogo focado somente nos personagens da DC, e com isso surgiu Injustice de 2014.
Talvez não seja um jogo que jogadores profissionais de jogos de luta gostem, mas é sem sombra de dúvidas aquele que crítica e fãs tem de dar o braço a torcer no quesito história.
Com uma narrativa estruturada entre vários capítulos passando de personagem para personagem para narrar a ascensão e queda do regime de Superman (que se torna obcecado com poder após o Coringa assassinar sua, então grávida esposa, Lois), Injustice mostrou com recursos um tanto limitados da geração anterior de videogames que poderia fazer algo brilhante, e deixou muita gente esperançosa pelo futuro do setor.
E com Injustice 2 de 2017 eles mostram bem a que vieram. E vão além de todas minhas expectativas mais otimistas quando joguei a versão anterior...
A narrativa é mais curta, mas por Deus ela melhora em vários níveis com contextos brilhantes, e, eu fiquei obcecado pela estrutura do jogo de manter o jogador motivado em continuar desenvolvendo seus personagens (quase como um RPG com níveis que desbloqueiam equipamentos e apetrechos especiais).
Fácil de se passar dos três dígitos de horas acumuladas para desbloquear o que o jogo tem de interessante para oferecer (mesmo que, sendo preguiçoso é possível desbloquear tudo com os mais de três dígitos de compras online), e mesmo assim ainda sobra inventividade com desafios novos e atualizáveis a cada dia/semana com novas recompensas...
Agora, o que mais me choca nisso tudo é o contraste absurdo com os antigos e primeiros jogos de luta que surgiram (que volta ao primeiro parágrafo), como o primeiro Street Fighter com apenas dois jogadores com apenas dois jogadores controláveis com uma jogabilidade horrorosa - melhorando horrores na mais famosa continuação de 91 (com doze personagens agora e a 'invenção' dos combos) enquanto hoje chegamos a um jogo com uma enorme customização (que permite cada personagem ser mais e mais individualizado para cada jogador) enquanto se adaptando ao modo e maneiras de cada jogador.
Nota: 10, excelente.
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