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19 de agosto de 2017

{Primeira Impressão} Defensores Netflix (2017)


Assisti ao primeiro episódio do novo seriado da Marvel em parceria com a Netflix e, sei que pra mim existem as lacunas óbvias (eu não assisti mais que o primeiro episódio de Luke Cage pois não empolgou, e parei com Punho de Ferro também depois de alguns episódios), e acho que se essa era a ideia de quem moldou o negócio, bem, que ideia idiota.

E, pelo sim pelo não, não pareceu em momento algum como um grande pré-requisito assistir às temporadas individuais de cada seriado, ainda que, por alguma noção que me pareceu incompreensível, cada segmento com um personagem individual carrega demais o tom de seus respectivos seriados e isso é bom quando estes seriados são bons (como Demolidor e Jessica Jones), o que basta para justificar os outros segmentos não funcionam assim tão bem (principalmente, como já era de se esperar, o do Punho de Ferro que ainda não convence)...

Principalmente começando com uma cena de luta horrorosa com mais cortes que um filme do Bourne editado por aquele cachorro do filme Up - Altas Aventuras... Ah, e isso tudo mal iluminado para que não se veja os (óbvios) rostos dos agentes em ação na cena porque talvez vá surpreender uns dois adolescentes por aí, e, claro, como é de praxe, o Punho de Ferro esquece que tem o maldito punho de ferro (que nem é tão importante a ponto de ser o MALDITO NOME DELE) até que eles não sejam mais necessários.

Daí parte para uma seqüência que não serve exatamente como ponto de partida mas mais como epílogo para cada um dos seriados que vieram (Matt lidando com a vida após o Demolidor - afinal ele pendura as chuteiras no final da segunda temporada após a 'morte' de Elektra, Jessica Jones varando as noites em bares e fugindo do recém descoberto estrelato e por aí vai) levando para o pontapé inicial de novas tramas individuais para cada um deles (Jessica recebendo um caso intrigante enquanto Cage vê uma nova onda de crimes estranhos surgindo no Harlem).

No meio disso tudo está a vilã de Sigourney Weaver que tem umas duas ou três cenas no episódio todo e, bem, eu não gostei dela. Nada contra Sigourney, que eu gosto bastante dela (inclusive ela está em alguns dos meus filmes favoritos de todos os tempos como Caça-Fantasmas e Alien), mas a apresentação à personagem se dá em uma cena no mínimo horrivelmente mal conduzida (um médico que parece ter pior tino que os médicos de Arrested Development dá notícias horrorosas sobre a condição da saúde da personagem de Weaver com menos convicção ou emoção de quem compra selos) e as cenas subsequentes que, bem, tentam forçar guela abaixo que a vilã dela tem um papel de destaque nas organizações criminosas apresentadas nos outros seriados da Netflix (mesmo que essa seja a primeira vez que ela é vista ou sequer mencionada).
Eu iria além, e talvez seja um tanto prepotente e arrogante no meu pressuposto mas acredito seriamente que sem o personagem dela - e com a Madame Gao somente seguindo fazendo o que já fazia nas outras séries - o negócio funcionaria na mesma, só não teria um nome de peso para bancar o projeto... O que, francamente, com o sucesso dos outros seriados só faz perguntar se realmente era necessário...

Então cai naquele negócio... Fizeram merda antes - em fazer dois seriados individuais para Luke Cage e Punho de Ferro no lugar da dupla atuando como os heróis de aluguel e já poupar um tempo para reuni-los - e agora o seriado tem de dar uma série de voltas e reviravoltas para tentar justificar de alguma maneira uma trama que junte os quatro seriados (e não digo personagens pois vários dos coadjuvantes surgem e vem junto a tiracolo).

Num primeiro momento, numa primeira impressão que tive desse episódio de estreia ficou bem a desejar ao servir muito menos na ideia de contar uma história deste grupo de personagens (que, bem, era a ideia, não?) e mais como pot-pourri dos vários seriados, com algumas inserções da Sigourney Weaver no meio.
E sim, eu sei que mesmo Os Vingadores de 2012 (da própria Marvel) leva um belo tempo antes de começar a engrenar construindo o palco para reunir os personagens principais e como fazê-lo, mas é diferente, pois o filme tem uma única história (o vilão Loki tenta dominar o mundo com um plano elaborado que força a reunião do grupo). Aqui? Francamente parece que as múltiplas tramas vão se cruzar, mas não é uma grande história e sim várias histórias que se intercalam (como na primeira temporada de Demolidor com várias organizações criminosas com planos diferentes confluindo para um ponto comum, só que aqui com cada grupo diferente sendo estudado por um personagem diferente).

Até acredito que melhore quando as histórias individuais começarem a se cruzar, mas esperava um pouco mais de conteúdo para começar...
Longe de ser ruim, termina com um gancho interessante com um terremoto (ou algo parecido) atingindo boa parte de Nova Iorque e levando caos às ruas (o que obviamente é um bom pretexto como qualquer outro para botar os heróis das séries na rua protegendo os inocentes), mas começa mal o suficiente para desmotivar e não escapa de alguns solavancos na trama durante o restante do episódio (principalmente com a forçação da barra pra nova vilã).

Nota: 7,0/10

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