O primeiro episódio da nova série do Starz, Deuses Americanos baseado na obra de Neil Gaiman com a noção de que os deuses mitológicos (de todas as mitologias) são reais e/ou tão reais quanto você e eu, e caminham pelo mundo.
Claro que isso se combina aos novos deuses gerados pela nossa adoração - como a mídia, a moda e etcs - mas não vamos perder muito tempo com os meandros e detalhes, até porque o seriado ainda não explorou isso direito (não é spoiler, no entanto, mas ainda não foi explorado direito).
Do primeiro episódio, vale destacar que o negócio já começa mais violento que todas as temporadas de Game of Thrones juntas (sério, a primeira cena com os Vikings perdidos está cheia de mutilações, desmembramentos e mortes), e não tarda muito para, tal qual a série da HBO trazer uma cena de nudez gratuita (que se mostra bastante importante para a trama, e não tão gratuita assim).
É bom? Sim, isso ao menos é fácil de se dizer (bons atores na sua maioria, um roteiro consistente e intrigante), mas não me provocou o suficiente para querer saber mais, na verdade foi um efeito meio que oposto...
Vi e pensei: Ok, isso foi uma coisa que aconteceu, o que mais temos?
Não fiquei exatamente interessado na continuidade da história - e olha que termina com um belo gancho para o segundo episódio - e acho que isso se deve pelo protagonista da série ser tão blasé.
Ainda que a natureza blasé de protagonistas seja uma realidade hoje em dia (eu ainda não entendo como How I Met Your Mother durou tanto tempo com aquele Ted Mosby, e acredito que foi o mesmo problema que tive com Westworld ano passado), pra mim fica difícil investir na história quando o próprio protagonista, após provações e provocações está com aquela expressão de quem tenta controlar um gases...
Sinceramente acho que o problema não está no protagonista em si (no ator, ao menos) mas no personagem e, em sua maioria, NOS personagens desse universo de Gaiman. Todo mundo é EXTREMAMENTE escroto (de novo, não acho que seja um spoiler) e é difícil estabelecer qualquer nível de empatia no nível mais básico, mesmo dentro de excelentes performances porque falta a nuance que contextualize o personagem como algo ALÉM de escroto... Com exceção do Sr. Wednesday (que ao menos parece um escroto simpático)!
Ou talvez tenha o fato que Starz produziu também o excelente Ash vs Evil Dead, que, pode ser idiota e patético mas se tem uma coisa que o seriado é, é divertido (e Bruce Campbell é exatamente o que se espera de Bruce Campbell num seriado sobre Ash e o Evil Dead)... E aqui com o excesso de seriedade, quase formal na sua tentativa de emanar assuntos sobre divindades no mundo contemporâneo - sem o fantástico e extraordinário (ao menos ainda) - acabou sério demais pra mim...
Quer dizer, eu já li o livro (e acho que todos os livros do autor, na verdade), e Gaiman ainda não chegou naquele ponto crítico e desafiador que é partes inquietante, partes provocador que permanece com o leitor por anos e anos a fio... E esse é o primeiro livro sério dele, e, bem, o que eu posso fazer se o trabalho em Sandman tem maior sinergia entre o fantástico e o real - e esse universo se torna pálido em comparação (por ser um xerox barato)?
Sinceramente acho que o problema não está no protagonista em si (no ator, ao menos) mas no personagem e, em sua maioria, NOS personagens desse universo de Gaiman. Todo mundo é EXTREMAMENTE escroto (de novo, não acho que seja um spoiler) e é difícil estabelecer qualquer nível de empatia no nível mais básico, mesmo dentro de excelentes performances porque falta a nuance que contextualize o personagem como algo ALÉM de escroto... Com exceção do Sr. Wednesday (que ao menos parece um escroto simpático)!
Ou talvez tenha o fato que Starz produziu também o excelente Ash vs Evil Dead, que, pode ser idiota e patético mas se tem uma coisa que o seriado é, é divertido (e Bruce Campbell é exatamente o que se espera de Bruce Campbell num seriado sobre Ash e o Evil Dead)... E aqui com o excesso de seriedade, quase formal na sua tentativa de emanar assuntos sobre divindades no mundo contemporâneo - sem o fantástico e extraordinário (ao menos ainda) - acabou sério demais pra mim...
Quer dizer, eu já li o livro (e acho que todos os livros do autor, na verdade), e Gaiman ainda não chegou naquele ponto crítico e desafiador que é partes inquietante, partes provocador que permanece com o leitor por anos e anos a fio... E esse é o primeiro livro sério dele, e, bem, o que eu posso fazer se o trabalho em Sandman tem maior sinergia entre o fantástico e o real - e esse universo se torna pálido em comparação (por ser um xerox barato)?
Vou tentar assistir o segundo episódio, e, se não empolgar deixarei para ver tudo de uma vez se as críticas forem boas do restante da série...
Nota: 6,66/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário