Nota: 6.0/10 |
Eu não tinha assistido nos cinemas o filme de Warcraft, e, bem, pra ser bem honesto fiquei um tanto decepcionado por não conseguir.
Não ficou por muito tempo em minha cidade, e acabei enrolado com algumas coisas, e, agora que assisti posso opinar sobre o material.
Ouvi alguns questionando a qualidade do material e outros elogiando como a melhor adaptação de videogames já feita, e, acho que é uma síntese interessante ainda que as duas afirmações pareçam antagônicas.
Quer dizer, em se tratando de adaptações de games, não é como se existisse um vasto acervo de excelentes produções (na verdade é bem o oposto com Super Mario Bros, Street Fighter e a horrorosa e longeva saga de Resident Evil são alguns dos exemplos, mas vale lembra que Uwe Boll adaptou Bloodrayne também), então ser o melhor entre um gênero tão ruim não é exatamente um prêmio nem de consolação.
Mais até do que isso, é até um tanto confuso que exista essa demanda ou necessidade de adaptar jogos de videogame para o cinema... Droga, é um downgrade enorme! Sem a interatividade, sem a estrutura da liberdade do jogador para criar situações, cenários e conduzir a trama, bem, todo o ponto se perde, e caímos em banalidades, clichês e histórias francamente absurdas demais para fazerem qualquer sentido (encanadores que comem cogumelos e ficam gigantes enfrentando tartarugas com asas e lagartos que cospem fogo?).
Com Warcraft não é exatamente diferente, e é onde entra no primeiro ponto de questionar a qualidade do material.
De fato é um dos filmes mais bonitos que eu assisti em 2016, há uma qualidade de efeitos especiais ímpar (os Orcs estão espetaculares, incrivelmente renderizados e realistas, assim como quase toda criatura mítica, e não só eles como também os cenários, ambientes e condições criadas para replicar a atmosfera do jogo), mas eu tenho um enorme problema com um filme quando, e isso é verdade, eu acredito mais na atuação de um efeito computadorizado que na de atores reais.
Quando Dominic Cooper de Preacher e dos filmes do Universo Marvel apareceu, mais parecendo em uma peça do ensino fundamental que o ator excelente dos trabalhos do início desse parágrafo, eu comecei a me perguntar se havia algo de errado com minha cópia, mas é impossível que a cópia estivesse toda errada! E que Ruth Negga (também de Preacher - onde TAMBÉM é incrível), Ben Foster ou Travis Fimmel ainda que razoavelmente melhores, também tem uma enorme dificuldade em inserir emoção... De novo, parece que os humanos são os grotescos Orcs criados por computador e os humanos são robôs sem emoção.
Acho que se o Ricardo Macchi tivesse no filme não teria uma atuação tão engessada!
Sei que talvez haja aqueles para defender a postura para humanizar os Orcs e não demonizá-los e vilaniza-los, mas acaba diminuindo metade do filme (afinal, o subtítulo deixa bem claro o ponto dos 'DOIS' mundos), porque é uma enorme idiotice diminuir um lado para melhorar o outro...
E também não ajuda exatamente que a história não se esforça em ser acessível ao grande público.
Eu que não sou grande conhecedor (sei o que é o jogo, e conheço parte da estrutura, mas nunca joguei uma única versão) fiquei boiando com as explicações sobre o grande vilão (a gosma verde ectoplásmica) assim como os personagens mais importantes (o guardião do lado dos humanos e o necromante Orc).
Mesmo a condição de impossibilidade de uma coexistência pacífica parece um tanto forçada e mal ajambrada. Cartunesca demais (tipo Willy Coyote que ou caça o Papa-Léguas ou morre de fome...). O planeta parece grande o suficiente para as espécies coexistirem, então...?
Enfim, achei um filme lindo e com certeza quero assistir com melhor resolução, talvez até em 3d numa tela enorme, só que duvido que eu lembre da 'história' do filme. Ou que eu no mínimo me importe...
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