A terceira temporada do seriado britânico Black Mirror estreou semana passada exclusivamente no Netflix e enquanto maior em todos os sentidos que as duas temporadas anteriores combinadas (episódios mais longos, atores hollywoodianos bem mais conhecidos como, já no primeiro episódio a estrela de Jurrasic World, Bryce Dallas Howard, e mesmo nos efeitos especiais para demonstrar um orçamento maior) no que importa mesmo que é o conteúdo perturbador e avassalador que construiu o projeto como a versão moderna de 'Além da Imaginação', bem, ficou bastante aquém.
Não que os episódios sejam terríveis ou qualquer coisa do tipo (bem, francamente o quinto episódio é, com conclusões óbvias, sequências sem graça e uma das mais estúpidas formas de abordar a tecnologia bélica, mas os outros vão de bom a ótimos ou ao menos 'bons com finais incrivelmente estúpidos' como é o caso dos dois primeiros episódios). Falta um pouco mais de peso às sequências e consequências dos episódios, e até estranhamente um dos episódios (talvez o melhor da temporada, o quarto episódio San Junipero ainda mais estranhamente) sequer traz qualquer visão dúbia, assustadora ou negativa sobre a tecnologia. Na verdade, a tecnologia apresentada e proposta do episódio é bem interessante e incrível se qualquer pessoa me perguntar...
Do que sobra, existem dois episódios muito bons (o tenso terceiro episódio Shut Up and Dance, e o sexto episódio Hated in the nation) que são bastante provocativos e estão bem a par das duas primeiras temporadas, mesmo que eu não os consideraria para um top 3, no máximo um top 5 (até porque as duas outras temporadas somadas tem somente 7 episódios).
Enquanto isso, os dois episódios remanescentes (o primeiro Nosedive e o segundo Playtest) tem ideias muito boas, sacadas incríveis (principalmente o primeiro, com a excelente cena em que Lacie recebe seu café e imediatamente manda a foto para redes sociais, rankeando-o como ótimo, e, ao bebe-lo, se depara com um sabor horrível) e atuações brilhantes, mas falta algo.
Principalmente quando o final de ambos é simplesmente horroroso, forçado e forçoso para que embrulhe o material com um lacinho perfeito (que não funciona).
Não dá pra negar que a essência de Black Mirror está ali, mesmo que falte um pouco do impacto.
Nota: 6,5/10.
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