Opa! Resenha de domingo?
É, isso mesmo...
Para fechar o mês e praticamente o blog para as férias (só postarei a resenha de Esquadrão Suicida na quinta e minhas férias serão longe de todo e qualquer computador e celular).
Também para aproveitar a onda de que hoje é o aniversário do personagem - e lançaram o roteiro da peça que serve de epílogo.
Eu não vou mentir: Passei bastante incólume pela franquia por minha vida.
Não assisti aos filmes (tá, eu dormi durante um deles e isso é tudo que me lembro da versão cinematográfica), e me lembro dos livros pelo fato que vários amigos meus liam/leram.
Em parte me incomodava a questão do plágio do personagem Timothy Hunter de Neil Gaiman para a DC e a série 'Os Livros de Magia' (na imagem mais abaixo), e por anos me afastou da franquia. Até que o próprio Gaiman se manifestou sobre o assunto, e, claro, eu mesmo fui descobrindo as teorias Vonnegutianas de que todas as histórias se repetem... Até porque Gaiman também bebeu demais da fonte de outro autor britânico, T H White (da série 'O Único e Eterno Rei' que narra a saga do Rei Arthur).
Admito que meu preconceito foi uma enorme bobagem, e sei bem disso hoje, ao que resolvi dar uma chance aos livros, começando com essa nova (e cara) versão ilustrada publicada esse ano pela Rocco.
Não quero parecer o crítico chato (e sei que dizer isso quase que automaticamente é vestir a carapuça), mas confesso que não vi aqui o material que cativou a imaginação de todo mundo e foi (e é) a febre que foi (e é).
É divertido, sim, com algumas boas tiradas e sacadas em seu desenvolvimento, e acho que é um livro que eu gostaria de ler para meu sobrinho um dia - junto de O Único e Eterno Rei e o Hobbit - que tem um brilho todo dele... Só, mesmo isento de preconceitos e julgamentos prévios, eu vi um livro interessante e só.
Tem um humor britânico mais contido que de gênios no humor britânico (Pratchett e Adams com toda sua acidez e sarcasmo). Tem um mundo mágico e fantástico que aqui é só um vislumbre, uma fresta (de novo, sei que tem mais seis livros e muita história pela frente e por isso destaco que é uma análise mais isenta).
E claro, o fim é uma merda.
Discutam e me xinguem o quanto quiserem, mas o fim do primeiro livro é horroroso, se esforçando numa manobra tirada de todos os filmes (ruins) dos anos 80 para que Ferris Bull... Digo, Parker Lew... Não, Harry Potter ganhe no final. Estou mantendo o mais genérico para quem não leu se prejudicar com um spoiler, ainda que eu tenha certeza que dá para ligar dois e dois e entender o que eu quero dizer.
Tem a reviravolta meio tosca pouco antes do final que também não ajuda, é verdade, só que eu li todos os livros de Conan Doyle, então reviravoltas meio toscas não me agoniam mais (depois do Cão dos Baskerville eu estou meio imune a todo tipo de surto pós-reviravolta tosca... É só ligar pro meu psiquiatra que ele prescreve os remedinhos mágicos). E admito que até gostei da reviravolta meio tosca aqui.
É aquela bola-curva matreira, que um bom autor vai jogando com as expectativas e intenções do leitor. Não encaixa perfeitamente, e nem é tão absurdo considerando que é o primeiro livro da autora.
Pretendo continuar a ler a série, e até admito que uma parte de meu excesso de criticidade vem dos bons livros que li recentemente (fica difícil seguir uma Clarice Lispector, um Saramago e um Jonathan Franzen) ao que sei que gostei, por mais que acredite que poderia ser (bem) melhor.
Nota: 6,5/10
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