Para 2016 temos Deadpool (Fox, 11/02), Batman v Superman: A origem da Justiça (Warner, 24/03), Capitão América: Guerra Civil (Disney, 28/04), X-men Apocalypse (Fox, 24/08), Esquadrão Suicida (Warner, 26/08), Doutor Estranho (Disney, 04/11) - ou seja, SEIS adaptações baseadas em quadrinhos, sem contar a animação do Charlie Brown, que estreia agora em janeiro no Brasil, e a continuação das Tartarugas Ninja, que, sinceramente, ninguém espera... - além do primeiro spin off de Star Wars, Rogue One (28/12).
[Todas as datas estão sujeitas a alteração, obviamente, afinal pelo menos dois desses filmes não tiveram suas filmagens terminadas ainda. A fonte é o IMDB]
Que é uma enorme certeza que dessa lista de sete nomes estão facilmente quatro das maiores bilheterias de 2016 é uma aposta fácil - Deadpool com sua censura mais alta afastará público e sua qualidade porca (Droga, é Deadpool) ajudará a afastar inclusive quem gosta do personagem, Esquadrão Suicida e Doutor Estranho podem tanto surpreender quanto falhar retumbantemente. Eu particularmente espero mais destes dois últimos que de todos os outros filmes combinados (Cumberbatch como Stephen Strange tem tudo pra ser fodástico, e eu gostei pra caramba do tom do primeiro trailer do Esquadrão Suicida).
Na verdade, um dos grandes problemas que pode surgir é justamente o fator de tantos lançamentos atrapalharem uns aos outros e os estúdios acabarem se encavalando sem conseguir obter o sucesso e bilheterias esperadas (o intervalo entre X-men Apocalypse e Esquadrão Suicida é de dois dias), ainda que, quem quiser e for assistir a um desses filmes, provavelmente assistirá a todos.
Serão todos marcos cinematográficos e brilhantes lançamentos que rememoraremos décadas no futuro? Sinceramente quero ver se em dezembro eu ainda me lembrarei de um destes sem falar "Aquela merda?", mas verdade seja dita, não vejo nessa lista nenhuma obra-prima. O máximo são os dois azarões que eu já comentei que podem surpreender (como Guardiões da Galáxia em 2013), e mesmo isso eu tenho alguma dúvida, já que o diretor de Doutor Estranho é o mesmo de A Entidade e O Exorcismo de Emily Rose, enquanto o diretor de Esquadrão Suicida, ainda que melhor (Dia de Treinamento e Fúria), não é exatamente muito memorável também.
E no fim tudo isso me faz chegar a uma assustadora tendência: As prévias apontam todas para um caminho muito hermético, sem grandes surpresas (sim, alguém morre em Guerra Civil - e provavelmente mais de um personagem, diga-se de passagem* - e geralmente alguém morre no Esquadrão Suicida, mas duvido que alguém sentirá falta da versão de Jai Courtney pro Capitão Bumerangue) asseado e bonitinho como numa linha de montagem.
Muito pasteurizado e homogêneo para atender a demandas das massas e não para produzir um material intrigante, ousado e que nos chacoalhe de nossas cadeiras e permaneça em imagens e sons por anos e anos por vir (duvido que tão cedo eu esqueça dos solos de guitarra do maluco de vermelho soltando fogo em Mad Max A Estrada da Fúria ou as intrincadas e complexas reflexões sobre identidade e inteligência de Ex Machina)
Não duvido dos sucessos destes filmes (ainda que provavelmente não sejam aqueles sucessos estrondosos de Vingadores ou Star Wars: O Despertar da Força), só que vejo em 2016 o potencial pra filmes bem menos badalados como Snowden de Oliver Stone ou a animação Ratchet e Clank baseada no videogame de mesmo nome. Ainda assim acredito que serão em surpresas e projetos independentes que virão as grandes e memoráveis produções do ano.
Agora, lendo meu texto vejo que mal parece uma previsão, afinal, são todos fatos bem óbvios quando você para pra pensar... Que ano tivemos os grandes lançamentos suplantando os filmes independentes e surpresas?
* Porque do asterisco? Porque tem um pequeno spoiler de Guerra Civil que eu vou escrever aqui, em branco. Se quiser saber selecione o texto a seguir: O Máquina de Combate (James Rhodes) morre no filme, e isso será o estopim da cisão entre Capitão América e Homem de Ferro - e um destes dois morre ao final, sendo que versões com a morte de ambos já foram produzidas, como naquela novela da Globo. Tudo depende de qual versão será lançada, de acordo com os contratos e merchans que a Disney consiga angariar.
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