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12 de março de 2015

Resenhas de quinta - 11/03/2015

Semana lenta. Nada de DC...
Ah, e importante: O preço que eu marco aqui é o preço digital. Sei que há uma diferença do preço de capa (da Image mesmo é algo em torno de US$3,50, e salvo engano, ainda somam-se impostos).

THE WALKING DEAD# 138
(Roteiros: Robert Kirkman, Arte: Charlie Adlard, Image Comics, 27 páginas, US$2,99)

Ainda que seja fácil comentar The Walking Dead graças à notoriedade do show televisivo (e do fenomenal jogo de videogame) é preciso atentar a várias diferenças fundamentais. Uma, os quadrinhos são muito melhores. Duas, eles existem há bem mais tempo - e são desenvolvidos com maior cadência e fluência (não a toa quase doze anos de publicação mensal contando a história de Rick, Carl e outros sobreviventes num apocalipse zumbi).
Ainda que o número alto da capa assuste, é fácil ignorá-lo.
Robert Kirkman nunca se preocupou muito em desenvolver uma única trama central com intrincadas subtramas e um intenso desenvolvimento e preocupação com cada detalhe - até porque a qualquer momento um protagonista pode morrer e levar consigo toda uma trama longamente desenvolvida.
Cada começo de arco possibilita uma ótima porta de entrada para a série, e não é exatamente difícil de se aclimatar. São temas bastante universais, e a história vai se desenvolvendo com tamanha parcimônia que ao final é fácil entender o motivo da longevidade da série.
A edição 138 em questão não é o melhor ponto de chegada (continua duas importantes tramas da edição anterior), mas os demais detalhes que Kirkman trabalhou pelo último ano (do novo agrupamento de sobreviventes que eu não vou spolear aqui, mas que é realmente foda), mas consegue de sua própria forma desenvolver uma trama focada, centrada e muito bem conduzida, colocando Carl no centro da ribalta e levantando importantes questões para seu desenvolvimento enquanto personagem, com uma trama que promete ramificações interessantes.
Nota 9,0/10


RACHEL RISING# 32
(Roteiros: Terry Moore, Arte: Terry Moore, Abstract Studios, 24 páginas, US$3,99)

Cada vez eu vejo que minha ideia dessas resenhas por mais interessante que fosse na concepção tem uma dificuldade elementar de execução: Cada série fantástica que eu quero recomendar exige do leitor uma bagagem retroativa.
Não dá pra entrar com os dois pés na piscina de Rachel Rising, mas se você não leu absolutamente uma única das 31 edições que veio antes, essa é a melhor introdução que você pode ter à série.
JURO.
Os principais personagens estão aqui. O enredo básico do que se desenvolveu nos números anteriores sintetizado. A estrutura de tudo que define a história aqui melhor que nunca.
Ainda que algumas coisas estejam diminuídas (a psicopata Zoe aqui só age com um humor negro mais distinto que sua profusão de caos usual), mas é um belo interlúdio e introdução para a série.
A sinistra cidade pacata e interiorana que é tomada pelo horror a cada cena, a cada virar de página... Terry Moore apresenta mais uma esplendida edição, e é leitura mais que recomendada.
Eu que tava pensando em abandonar a série depois de umas edições menos empolgantes, vejo meu ânimo renovado!
Nota 10.


HOWARD, THE DUCK# 01
(Roteiros: Chip Zdarsky, Arte: Joe Quinones, Marvel Comics, 22 páginas, US$3,99)

Nada além de curiosidade mórbida, eu juro. Desde o anúncio tava na cara que seria um gibi ruim e, bem, não está exatamente longe da realidade. Dois artistas novatos, trabalhando num material obscuro - que teve seus melhores dias numa série autoral, nos anos 70.
É o típico material feito rapidamente sob encomenda por algum motivo obscuro (como o fim dos direitos de uso da marca ou para aproveitar a exposição de um filme - como os Guardiões da Galáxia que já anunciam uma série mensal para o Groot, sim a árvore que só fala uma única frase repetidas vezes).
O que esperar? Bem, nada de brilhante para começo.
A Marvel vem tentando forçosamente criar novas séries sem um contexto específico, e com autores que, no mínimo são questionáveis (quando já tinham Mike Allred, precisavam do Dan Slott pra estragar o Surfista Prateado?) ou precisariam de uma forcinha (como o caso de Scottie Young em sua primeira empreitada como escritor na série do Rocky Racum)
É bobo, tem um roteiro que reforça e se calca em clichês, talvez como tentativa de humor barato - ao que fracassa justamente pela falta de qualidade do autor novato. Ainda que seja um humor bem mais contido numa editora e mercado que acham Deadpool engraçado, é até obrigatório dar algum crédito ao autor mesmo errando a marca (e eu sei que isso é suficiente pra muito revisor achar o material de primeira).
Zdarsky, ainda que não seja um inteiro desconhecido, é autor de séries autorais - e sua mais famosa é co-criação com alguém mais experiente e famoso (ainda que não muito melhor, sr Matt Fraction). e simplesmente não consegue captar a vibração do personagem (admito, algo bem difícil nesse caso) o que o faz diferente de outros personagens e o que fará sua série digna de acompanhar. Enquanto Joe Quinones já tem mais tempo de mercado, a arte é bastante correta, bonita ainda que nada inovadora. Funciona para uma série que tem como meta a mediocridade para passar batido como apenas mais uma, e infelizmente falha.
É ruim mesmo.
Não é possível recomendar esse negócio por motivo nenhum (quer humor? Leia Fowl language comics, Savage Chickens ou inúmeros materiais disponíveis que são imensamente superiores... Quer uma boa série dos autores? Sex Criminals do Zdarsky e Ms Marvel do Quinones... Boas histórias com Howard, o Pato? A série original com Steve Gerber e Val Mayerik - é ridículo e muito divertido e são apenas 33 edições).
Nota: 3,5/10.

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