É verdade que não me lembro de dez grandes filmes dos últimos dez anos sem um grande esforço mental (mesmo estendendo até 2000 do primeiro X-men, ou 1999 com o primeiro Matrix)...
2013 foi um ano que eu pouco fui ao cinema, e quando fui sai frustrado.
Do que não gostei:
Homem de Ferro 3 (salci fufu que merda), Homem de Aço (filme frio que nada transparece do ideal de esperança que o personagem representa) e confesso que desisti de assistir o tão comentado 'O Mordomo da Casa Branca' (The Butler) e acabei revisitando Peter Sellers em seu "Muito além do Jardim" (Being There, filmaço).
Ouvi tanta gente dizendo que chorou ao final de Gravidade, vi tantas críticas positivas (como a excepcional crítica do IGN) que eu acho que me fez esperar muito mais do que eu vi...
Com tantos seriados em bons momentos (o final intenso de Breaking Bad, o interessante gancho final de Mad Men, o final de Futurama e como não podia deixar de ser o enorme potencial de Arrow desde o final da primeira temporada, que foi de dar nó na garganta...), eu particularmente acho difícil assistir a algo como Gravidade (que não tem desenvolvimento nenhum da protagonista, tentando copiar algo que Stanley Kubrick fez muito melhor em 2001 - Uma odisseia no espaço em uma cena fez enquanto o filme tenta durante uma hora e meia).
O filme me faz lembrar um livro de auto-ajuda, inclusive, uma vez que ele elege um assunto no qual foca até o fim do mundo, sendo superficial, ignorando a contextualização, desenvolvimento e conseqüências, e buscando resultados porcos e rápidos (o filme só tem 1:30, que consegue ser menos tempo que a animação Meu Malvado Favorito - 1 ou 2). É esteticamente bonito, e facilmente uma das melhores experiências de 3D que eu já vi (realmente imersivo), só que ao mesmo tempo artificial até dizer chega (alguém teve que me confirmar várias vezes que era de fato a Sandra Bullock no filme... Eu jurava que era CGI, não sei se isso devido a qualidade da sala onde assisti o filme ou o que mais). Eu até diria mais dos pontos negativos, mas acho que estaria contando spoilers, mas acho que posso destacar um detalhe, que tenho certeza que será aproveitado pra muita falcatrua constituída por empresas com fins religiosos ou pretensamente psicológicos (que tá cheio de 'trainers', 'coaches' e outros picaretas mil por aí vendendo conceito de auto-ajuda como fundamento da psicologia): O filme tem uma ênfase numa noção de espiritualidade e religiosidade em alguns pontos, e nisso não duvido que vai ter gente vendendo o filme como dogma...
Do que tive vergonha de assistir:
Até assisti a Wolverine - Imortal em dvd, e achei horrível - não consegui entender como destruíram uma história tão bem escrita por Frank Miller pra fazer um negócio tão bobo que chega a ser revoltante (sério, se não assistiu e está na dúvida, procure por "Eu, Wolverine" ou "Dívida de Honra", que por mais caro que você ache, vale muuuuuuuuuuito mais que qualquer cena desse filme, principalmente com aquele Power Ranger ridículo ao final). O mesmo vale para Guerra Mundial Z, obviamente trocando o nome de Frank Miller pelo autor do livro, Max Brooks (que obviamente não é nenhum Frank Miller, mesmo em seu momento mais inspirado... É um autor competente, e só).
O conselheiro do crime é aquele filme que será lembrado pelas cenas de sexo (afinal a história é uma merda, tal qual a direção). E Pacific Rim entra na coluna por vários motivos... O nome nacional me envergonha de dizer, o filme parece aquelas animações japonesas que nem quando eu era adolescente eu tinha orgulho de dizer que assistia... E bem... Precisa dizer que o roteiro é ruim?
Do que de fato gostei:
Gostei de poucas coisas, como "O fim do mundo", a única boa comédia que vi - mas nem tão bom quanto o brilhante primeiro filme do trio Pegg/Frost/Wright. Não sei se conto a animação "Meu Malvado Favorito 2" que achei brilhante - e talvez o melhor filme do ano, mas por ser animação acaba sendo um pouco 'menor'...
O melhor filme mesmo foi "Blue Jasmine" de Woody Allen que raramente decepciona... Só que podia ter bem menos Alec Baldwin (como 0%, escalar um desconhecido qualquer) e seria um filme imperdível.
E pela primeira vez em muito tempo, um filme nacional figura entre os que mais gostei do ano. Cine Holliúdy não é perfeito, não é genial, mas num ano como esse, até ganha destaque, e o filme é bem feitinho e diverte.
Eu consegui achar também muitas pérolas que procurei por muito tempo e só agora consegui assistir. O belíssimo "Fanny e Alexander", o fantástico canto de Cisne de Ingmar Bergman, a duologia "Yojimbo & Sanjuro" (com a atuação soberba de Toshiro Mifune), e como citado antes, a maior atuação de Peter Sellers: Muito além do Jardim, filmaço.
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